"...a ordem fisionômica tem facultada a sua desenvoltura além do livro, fabulando-se desimpedidamente no âmago de cada leitor, ao confirmar este, com os painéis de seu testemunho ou de sua devaneada autoria, aquelas nominalidades que se inscrevem de modo mediato ou imediato, no seio do nome alegria e do nome tristeza"
Evaldo Coutinho,
O Lugar de Todos os Lugares. (Pág. 2)
A gente nunca repara nas palavras como deveria. Há sempre uma impressão e uso, nessa e na ordem inversa, sem que a lembrança da origem ou da essência do que vai escrito sejam observadas. Analisadas mesmo com olhos de lince e dedos de pinça. Vai uma palavra que é assim abusada...há milhares de anos, bem assim: destino. Apreende um sentimento imediato de certa fragilidade, um sentir indefeso diante de uma força. E com pequeno esforço compreender onde está ou é. Na ausência do tino.
Outra palavrinha tão pequena e tão completa que só poderia mesmo ter quatro letras como outras do seu time, casa, país. É fogo, é água, fome, figo, maçã, pêra, boca, olho, veia, teia, nexo! nome... vai por aí!
Sei que estou no meu melhor. Em quatro pontos do quadrado, aprisionando meu sol, gasto. Estou descolorindo. Pensando em pontos de ligação que anulam na gente a possibilidade de se guiar pelo tino com as coisas, nas circunstâncias da vida.
Puxa, palavrinha de quatro letrinhas tão importante e eu esqueci: ! Viver faz uma falta danada. Estava viva há tantos anos e sem nenhum gosto de vida...que ficava pedindo migalhas aos meus companheiros de viagem dia e noite, noite e dia. Tenho dois grandes e eternos companheiros nessa vida. Meus e nascidos de mim de verdade. Além de amigos. Bons e ternos amigos e amigas.
E esse destino de ser, de algum modo, mais feliz, não pode apenas me encher de saudades. Em nome do destino, nunca mais esqueço o sentido das palavras, nem de começar pelo caminho certo: Amor e Vida.
Lugar da delicadeza com o outro e com a própria Liberdade.
Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz
Monday, July 31, 2006
Tuesday, July 25, 2006
Foto de Henri Cartier Bresson
Reflexo na água da chuva. Do outro lado da rua, dois homens carregando o espelho onde reflito minha sombra. São sobras de mim. Do meu túmulo, falo. Não sei mais sentir. Não é apenas o medo. Habituei à dor.
Quer que eu reflita: e se eu desaparecesse? Se a água da chuva derretesse minhas moléculas frágeis de açúcar. Piada! são sempre duas moléculas de Hidrogênio para uma de oxigênio. Conheço essas pausas...Já fui dada a passes de mágica. Ia compreender. E se era uma armadilha para tentar me entender, complicou ainda mais. Não quer dizer que não queira chegar a algum lugar. Ou a lugar nenhum...Como na canção dos Beatles. Significa apenas que entendo de passes de mágica e de mais a mais, é comigo que sei conviver. Com você descobriria - usei um passado sem querer - o que é difícil, porque requer aprender. Deve ser porque meu sol está na 12a casa que permite o Aprendizado...tão terna C.L. que brota da liberdade em experimentar os fenômenos da Natureza. E as duas feras estão duelando agora em mim. Diferente do sonho de Sabino, as minhas têm nome: solidão e liberdade. Essa coragem louca de continuar olhando para frente. Sempre. Isso que também pode ser chamado de força e de "uma alegria difícil, mas que chama - se Alegria", querida Clarice. Força que José Castello acredita estar no sol desse cantinho mais ao Nordeste do país. Ah...o sol.
Não preciso entender de nuances da dor. Conheço ela em toda sua ausência de cor e estorvo é pior que duelo de titãs. Acredito tanto no direito que tenho de ser feliz que não duvido de mim. Nem me peça qualquer coisa que esteja relacionada a sentimento de culpa. Essa palavra horrível que aboli aos 30 e nem consigo repetir. Isso que você esperava, bradar, espernear, xingar, tirar um fio de cabelo do lugar pelo seu sentimento de culpa, eu não sei fazer. Empenho um esforço danado em ser responsável e isso já é muito. Pelo menos é real. Aquele nome que citei porque você lembrou lá há umas cinco linhas só faz esvaziar a verdade do sentimento. O que se sente é o que é. Pronto e ponto. Parágrafo....
...Na outra linha. No outro lado da rua enxergo meu refúgio. Meu canto. Eu canto sabia. Toda vez que sinto o vento soprando notícia eu canto. E danço entre as paredes do meu quarto. Minha música é suave e repousa meus ouvidos cansados de discursos antigos. Nada é novo debaixo do sol desse país tão tropical onde chove. E se na música dos Beatles você e eu usamos capas de chuva e deitamos sozinhos ao sol, num solo triste, à noite, o guarda - chuva curioso e transparente se torna abrigo para a dúvida e a certeza de quem jogou. É difícil suportar uma verdade. Mas impossível mesmo é construir algum sentimento que seja plantando aquela palavra que não arrisco reescrever...nunca mais.
Reflexo na água da chuva. Do outro lado da rua, dois homens carregando o espelho onde reflito minha sombra. São sobras de mim. Do meu túmulo, falo. Não sei mais sentir. Não é apenas o medo. Habituei à dor.
Quer que eu reflita: e se eu desaparecesse? Se a água da chuva derretesse minhas moléculas frágeis de açúcar. Piada! são sempre duas moléculas de Hidrogênio para uma de oxigênio. Conheço essas pausas...Já fui dada a passes de mágica. Ia compreender. E se era uma armadilha para tentar me entender, complicou ainda mais. Não quer dizer que não queira chegar a algum lugar. Ou a lugar nenhum...Como na canção dos Beatles. Significa apenas que entendo de passes de mágica e de mais a mais, é comigo que sei conviver. Com você descobriria - usei um passado sem querer - o que é difícil, porque requer aprender. Deve ser porque meu sol está na 12a casa que permite o Aprendizado...tão terna C.L. que brota da liberdade em experimentar os fenômenos da Natureza. E as duas feras estão duelando agora em mim. Diferente do sonho de Sabino, as minhas têm nome: solidão e liberdade. Essa coragem louca de continuar olhando para frente. Sempre. Isso que também pode ser chamado de força e de "uma alegria difícil, mas que chama - se Alegria", querida Clarice. Força que José Castello acredita estar no sol desse cantinho mais ao Nordeste do país. Ah...o sol.
Não preciso entender de nuances da dor. Conheço ela em toda sua ausência de cor e estorvo é pior que duelo de titãs. Acredito tanto no direito que tenho de ser feliz que não duvido de mim. Nem me peça qualquer coisa que esteja relacionada a sentimento de culpa. Essa palavra horrível que aboli aos 30 e nem consigo repetir. Isso que você esperava, bradar, espernear, xingar, tirar um fio de cabelo do lugar pelo seu sentimento de culpa, eu não sei fazer. Empenho um esforço danado em ser responsável e isso já é muito. Pelo menos é real. Aquele nome que citei porque você lembrou lá há umas cinco linhas só faz esvaziar a verdade do sentimento. O que se sente é o que é. Pronto e ponto. Parágrafo....
...Na outra linha. No outro lado da rua enxergo meu refúgio. Meu canto. Eu canto sabia. Toda vez que sinto o vento soprando notícia eu canto. E danço entre as paredes do meu quarto. Minha música é suave e repousa meus ouvidos cansados de discursos antigos. Nada é novo debaixo do sol desse país tão tropical onde chove. E se na música dos Beatles você e eu usamos capas de chuva e deitamos sozinhos ao sol, num solo triste, à noite, o guarda - chuva curioso e transparente se torna abrigo para a dúvida e a certeza de quem jogou. É difícil suportar uma verdade. Mas impossível mesmo é construir algum sentimento que seja plantando aquela palavra que não arrisco reescrever...nunca mais.
Saturday, July 22, 2006
"O auto - retrato de Mapplethorpe mostra sua densidade de entrega".
Roland Barthes
,então. Veja com olhar calmo. Há uma palma da mão e dedos em suaves, descomplicados. Descomprimidos. Movimentos. Há uma entrega de parte. Porque já partiu de um princípio. Há tanta força na delicadeza. E o mistério que está sempre no sorriso. Como precisamos de um sorriso. Como uma Alegria tola salva dias inteiros de aflição. Os olhos vão logo se erguendo, subindo no seu extremo externo. Não importa se os cílios traem em instantes de abrir e fechar que são. O mar que há aqui dentro é calmo, sereno e cheio de propósitos. O único barco que se enxerga flutuando é o argumento. A lógica. A própria verdade e ética. Mentir para se mesmo remexe em tudo. É preciso um conhecimento profundo de suas dúvidas e de suas certezas para não abrir flancos.
E eu que pensei na essência da moda da mulher de preto. Que usou por condição de ser órfã. Vingança não é apenas um prato que se come frio. Na origem o provérbio é mais delicado: O prato que alguém serviu quente demais... Por isso, muito cuidado para não ferir, não magoar. Nos dias de hoje, corre - se demais. Só há arranha - céus e marcas da superação dos limites do humano no nosso campo de visão. O inconsciente coletivo é sempre, no fundo, uma grande competição. Olimpíadas, Copa do Mundo. Abrir a cabeça pressupõe traumatismo craniano. É simples avançar, vai junto um sentimento de perdão e de compreensão muito maior do que o que estamos acostumados. Acostamados é um amalgamar. Escapou um riso frouxo de neologismo. Mas avançar bem até o andar certo é mais. Por isso, a imagem de Mapplethorpe é de um braço estendido e não de um abraço ampliado em dois braços abertos, escancarados.
Estamos tomados por idiossincrasias e desdobramentos que não estão exatamente no outro. Mas como se estivessem no ar. A aflição mais simples está em perceber o coração de pulga que pulsa como percebeu na que estava ao lado do lápis que Cortázar descrevia. E essa coreografia imperfeita de mãos suaves se esvaindo num conjunto de piruetas e gestos pensados está me cansando o espírito. Há uma satisfação secreta em ativar instintos. Talvez a ciência e o estudo da química expliquem um dia. Um dia. E não é hoje... vou ao mercado comprar feijão verde de verdade. Não aquele que encharcam e transmutam depois colocam à venda no supermercado. Hoje quero arrumar fruteira na mesa e enchê - la de mimos. Trazer flores do campo. Porque já ganhei rosas vermelhas. Fazer boa romaria em casa, repousar as linhas do corpo, de pernas para o ar.
Thursday, July 20, 2006
Birds, not lizards
(Change the wall to the garden)
Smell the pink flowers! This, another one: Floyd!
You told me
"We don't need no education
We don't need no thought control"
No dark sarcasm, in the netroom
"People leave them kids alone".
It is not just another brick in the wall
you are not just another one to break my wall
All in all, wall to wall
It's not a prision
Not at all
It has not limits
It's a feeling
So, then, imagine people living in peace
We can choose the heaven
We prefer the garden
In your dream, please, stop the elevator
We are birds with perfects wings,
We can fly
Not any small harmless lizards
Looking for the sun heat
To shake heads
We prefer the garden
We are birds with perfect wings
We can fly
Half a man
Half a woman
With perfect wings
We are birds, not lizards
We can fly
Sunday, July 16, 2006
História para dormir, e que acalma.
Literatura Infantil
Uma esperança pequenininha no banheiro e eu sorri de um jeito que nem sabia mais...A verdinha lá no alto da parede tinha antenas. Não sabia que esperança tem antenas ? Não sabia. Será que elas vão diminuindo enquanto a esperança cresce ? Faz sentido. Antena é para perceber o mundo. E se a gente percebe demais o mundo o tempo todo, é porque a esperança ainda é pequena. Somente quando as antenas vão diminuindo, ou caem de uma vez para todo o sempre, é que a esperança pode crescer. Outra coisa. O quê ? Por que justo no banheiro ? Na hora do banho ? Por que exatamente na hora em que estava completamente "despojada" dessas coisas que cobrem a gente ? Não sei, vai ver tem uma explicação. Mas acho que minhas antenas estão menores agora que minha esperança cresceu. Não quero explicar tudo. Afinal, por que eu ? Sempre achei que tinha essa tarefa a cumprir ? Compreender tudo o tempo todo, até antes de tudo ser tudo e antes de todos. Talvez não seja mais assim...
E você vai mudar um jeito de ser que durou quase a vida toda ? Vou, para ser feliz sou capaz de ver o mundo de um jeito diferente. Mas você acabou de dizer que não quer mais entender de tudo, se continuar vendo o mundo não será obrigada a tentar compreendê - lo ? Outra coisa, ver o mundo de um jeito diferente não é o que você já vem fazendo ? É, mas então, se for mesmo diferente não será mais desse jeito. E depois, eu vi a esperança à noite, uma noite muito especial de um enorme perdão. Isso quer dizer que mesmo a esperança de anteninhas compridas levando tempo para crescer, a que existe no meu coração já ficou bem maior do que estava. Talvez agora, que ela já cresceu tanto de uma hora para hora, as antenas que uso também desapareçam assim, num piscar de olhos.
E isso seria bom para você ? Perder suas antenas ? Não são elas que vem te orientando pelos lugares que anda. Já pensou se perder as antenas o que vai ser de você ? Acho que vou continuar imaginando. Como eu sempre fiz. Depois, se passar a ver o mundo de outra maneira, talvez se torne pela primeira vez o mundo que realmente ele é e sempre foi. Já que posso estar sempre enxergando um mundo que eu gostaria que ele fosse. Isso não faz tanto sentido assim. Talvez já esteja lhe faltando a percepção das suas antenas, que podem ter diminuido uma vez que sua esperança cresceu! Por favor, não faça isso. Tente mantê - las, as antenas, com você. Faz tanto tempo que as têm, não seria fácil de uma hora para outra aprender a viver sem.
Acho que você tem razão. Talvez o único caminho para solucionar tudo isso, seria descobrir um jeito de manter as antenas e ainda assim ver a esperança crescer. Tem certeza que esperança desde sempre não teve antenas ? Isso resolveria o caso, de uma vez. É caso então de investigar, descubrir detalhes. Aí está.
São insetos que existem em mais de 500 tipos. Grandes e bem pequenas. As maiores, no Brasil, chegam a medir 27 centímetros, as menores não chegam a um centímetro. Acho que nunca tive tão pouca esperança assim... O maior desses bichinhos é encontrado em Bornéu, uma das ilhas que formam a Indonésia. Um lugar muito bonito no Sudeste da Àsia. É, onde também acontecem coisas horríveis como terremotos e maremotos, tipo tsunami! É, talvez por isso lá as esperanças devem ser maiores. Mas como se chamam de verdade esses bichinhos. Chama-se cientificamente "Pharnacia serratipes". Ainda fico com esperança. É, engraçado, eu também. E sabe de uma coisa bem interessante: as fêmeas, quase sempre são bem maiores que os machos. Lá, então, chegam a atingir 33 centímetros de comprimento, sem contar o tamanho das pernas e antenas.
Ahhhh, então elas têm mesmo antenas. E olha que com todo esse tamanho todo, elas sempre tiveram suas antenas! Ai, que alívio. Agora você tem certeza que pode continuar com as suas antenas e deixar crescer a esperança que existe dentro da sua casa. Essa já deixaria lá de todo jeito. O interessante é saber que também pode ser bem maior a que venho carregando tão menorzinha do que aquela que vi no banheiro, há tanto tempo. Aqui dentro.
Saturday, July 15, 2006
O Explosivo Henri Matisse
Ao juntar elementos
"sem que a eloqüência de um deles seja diminuída pela presença dos outros".
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, pandeiro.
La Danse...Guardasse ? La Danse! "O Explosivo", você. Impacto. O modo é "impacto". Impacto é receber flores...desculpe. De novo, vamos tentar. "La Danse". São três. Por dois lados. Um pouco visto de cima. O pote vermelho vai no centro. Guardasse contigo ? Porque espero que sim...Espero que perceba de alguma forma a preciosa idade.
Bancada, pandeiro, bancada, pandeiro, bancada, pandeiro. Guitarra...
Eu danço também. Sempre tive corpo. Eu tenho. Um corpo, ainda tenho. Por isso, é Henri Matisse. Um passo, mãos dadas, tu viste! Eu disse. Desde o início, eu disse.
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, guitarra...
A ambigüidade ? Também soube desde o princípio. "Entre a gentileza e a severidade" está escrito. É aos poucos, vou tentando encontrar o ritmo. Batida, pandeiro. Pancada. Dedos, meus dedos. Deve estar aqui. Entre as paredes. Guardamos aqui. Vou encontrar. Capturo. Matisse. Matisse, Matisse, Matisse. Em ondas do mar...
Minha ciranda, te dei. Minha ciranda, só para você. Minha ciranda rimada. Eu tão uma nota. Tão bossa nova. Som do mar... Iemanjá. Eu vou à Bahia. Vou encontrar. Parar de vez esse mar. Bom trabalho que me espera. Me chama para ninguém mais de mim abusar.
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, ciranda, ciranda, ciranda, embolada no mar.
Estou sentido mais forte agora, no peito. Explodindo, pulsando, pulsando, pulso. Abraço, aperto no peito. Eu bolas e bolas, no ar. Vou dizendo aos pouquinhos, caro Matisse. Não gladie comigo, Matisse Explosivo. Deixe eu contar: um, dois, três, acabou. Não vão mais três. Três dançando. Ciranda e passos de dança. São flores no centro. O jarro vermelho e eu preciso de flores que mais eu contar.
Suspiro, suspiro, perfume no colo, cadeira me olhando e só perguntando se não vou parar e parar de girar. Eu sei, tenho um corpo. A música, eu danço. É tudo que eu tenho, desde pequena, um corpo que está sempre se pondo a mexer, a bailar.
Eu sinto, eu sempre senti vontade tão grande de perceber cada flor, cada rosto e cada detalhe no espelho, mundo com a areia descendo pela passagem estreita até o outro lado do objeto de vidro chamado ampulheta. E foi o monge Louitprand quem inventou. Instrumento com acerto necessário feito com ajuda do astrolábio, ao meio-dia, através do sol, quando o tempo o permitia. Nem sempre o tempo permite esses ajustes do momento de cada um.
E na pintura em azul Matisse explica são várias as cores somadas são uma assim como o sonho sempre foi de harmonia e equilíbrio, não apenas de "necessidades plásticas". Um desejo lá dentro de consigo mesmo se reconciliar...
Ao juntar elementos
"sem que a eloqüência de um deles seja diminuída pela presença dos outros".
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, pandeiro.
La Danse...Guardasse ? La Danse! "O Explosivo", você. Impacto. O modo é "impacto". Impacto é receber flores...desculpe. De novo, vamos tentar. "La Danse". São três. Por dois lados. Um pouco visto de cima. O pote vermelho vai no centro. Guardasse contigo ? Porque espero que sim...Espero que perceba de alguma forma a preciosa idade.
Bancada, pandeiro, bancada, pandeiro, bancada, pandeiro. Guitarra...
Eu danço também. Sempre tive corpo. Eu tenho. Um corpo, ainda tenho. Por isso, é Henri Matisse. Um passo, mãos dadas, tu viste! Eu disse. Desde o início, eu disse.
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, pancada, guitarra...
A ambigüidade ? Também soube desde o princípio. "Entre a gentileza e a severidade" está escrito. É aos poucos, vou tentando encontrar o ritmo. Batida, pandeiro. Pancada. Dedos, meus dedos. Deve estar aqui. Entre as paredes. Guardamos aqui. Vou encontrar. Capturo. Matisse. Matisse, Matisse, Matisse. Em ondas do mar...
Minha ciranda, te dei. Minha ciranda, só para você. Minha ciranda rimada. Eu tão uma nota. Tão bossa nova. Som do mar... Iemanjá. Eu vou à Bahia. Vou encontrar. Parar de vez esse mar. Bom trabalho que me espera. Me chama para ninguém mais de mim abusar.
Pancada, pandeiro, pancada, pandeiro, ciranda, ciranda, ciranda, embolada no mar.
Estou sentido mais forte agora, no peito. Explodindo, pulsando, pulsando, pulso. Abraço, aperto no peito. Eu bolas e bolas, no ar. Vou dizendo aos pouquinhos, caro Matisse. Não gladie comigo, Matisse Explosivo. Deixe eu contar: um, dois, três, acabou. Não vão mais três. Três dançando. Ciranda e passos de dança. São flores no centro. O jarro vermelho e eu preciso de flores que mais eu contar.
Suspiro, suspiro, perfume no colo, cadeira me olhando e só perguntando se não vou parar e parar de girar. Eu sei, tenho um corpo. A música, eu danço. É tudo que eu tenho, desde pequena, um corpo que está sempre se pondo a mexer, a bailar.
Eu sinto, eu sempre senti vontade tão grande de perceber cada flor, cada rosto e cada detalhe no espelho, mundo com a areia descendo pela passagem estreita até o outro lado do objeto de vidro chamado ampulheta. E foi o monge Louitprand quem inventou. Instrumento com acerto necessário feito com ajuda do astrolábio, ao meio-dia, através do sol, quando o tempo o permitia. Nem sempre o tempo permite esses ajustes do momento de cada um.
E na pintura em azul Matisse explica são várias as cores somadas são uma assim como o sonho sempre foi de harmonia e equilíbrio, não apenas de "necessidades plásticas". Um desejo lá dentro de consigo mesmo se reconciliar...
Friday, July 14, 2006
CAFÉ PEQUENO
por "Geórgia Alves", em 2001
Dia claro ! Fazia um sol fácil de traduzir. Seria intenso no início da manhã e escaldante a partir do meio - dia. O ourives olhou distraído pela janela. Ao perceber que aquele sábado começava bem, um sorriso profundo escapou de sua alma. Gostava de se aventurar em dias de folga, e aquele era perfeito para se descobrir um bom livro...tinha mesmo o hábito de percorrer livrarias em busca de exemplares raros ou mesmo lançamentos de que soubesse pouco, mas que, por algum motivo, provocassem nele algum tipo de atração imediata, uma certa empatia. Percorreu os primeiros lugares sem muito empenho e acabou indo parar no Centro Cultural que há meses havia eleito seu refúgio. Antes de continuar a busca, resolveu tomar um café, comprara apenas o jornal.
- Alguma coisa, senhor ? O garçon interrompia seus pensamentos...
- Sim, por favor, o expresso !
O cardápio estava na mesa. O curioso é que por sobre um volume familiar. Era um livro ! Que acaso... embora não acreditasse nisso. Seria bom ? Se fosse, não teria sido esquecido e deixado por sob um cardápio. Não custava uma olhada. Pensava.
(..)
Antes ou depois do menu ? Somente depois. O garçon chegaria logo e não se daria por satisfeito enquanto não houvesse cumprido o ritual. Dito e feito. Ele já chegava com o café. Preto e forte. Com um pouco mais de açúcar que de costume. Teria sido, como sempre, adoçado na medida certa, não fosse a pressa em desvendar o título do livro. Estava pela contra capa. A foto de trás fora bem escolhida e isso não lhe dizia nada. O garçon ia levá - lo. Reconhecê - lo por tê - lo visto ali. Ficou imóvel. Quase prendia a respiração. Alívio! ... De forma alguma, foi como se para o garçon o livro fizesse parte do cenário. Apressou - se em fazer o pedido.
- Bolachas com pasta de queijo, o branco !
- O senhor quer dizer torradas...
- Sim, foi o que eu disse.
- Bolachas, em todo canto se acha ! (E sorriu com elegância num canto da boca)
Ele entendeu, mas nem ligou, nem respondeu, interessado que estava no livro, por ele, indevassado. Passada a agonia, estava impressionado com o que sua curiosidade fora capaz de provocar. Por que não havia, simplesmente, contado ao rapaz sobre o achado ? Por que tinha a estranha sensação de que não era mesmo ao acaso (que é Deus, sabia disso !) que estivesse por ele esperando em sua mesa de sempre, justo no sábado em que não havia encontrado nenhum que lhe tivesse agradado ? Que situação para um bonito dia de sol... Só então notou uma pontinha de papel Kodak. Uma foto marcava as páginas. Tinha dono, claro ! Seria um presente esquecido por uma namorada desatenta ? Ou uma briga do casal fez com que o apaixonado esquecesse aquele pedaço em comum, com um close da amada para que alguém se aventurasse no caso que dava por perdido...Puxou, lentamente, a foto. Um beijo e muita luz. Uma troca iluminada ! Admirou. Depois, chocado, certificou - se : tinha até o endereço. Ficou pasmado.
Era a vez do livro, virou num gesto distraído. Pegou em suas mãos e a alma se fez tremer, por alguns segundos. Nesse momento, ouviu ao longe uma gravação...
João Gilberto falava: "Tom, e se você fizesse agora uma canção / que possa nos dizer/cantar o que é o amor ?"
Tom: "Olha, Joãozinho, eu não saberia / Sem Vinicius pra fazer a poesia..."
Vinicius: "Para essa canção / se realizar / quem dera o João para cantar..."
João Gilberto (com voz quase severa): "Ah, mas quem sou eu ? Eu sou mais vocês...Melhor se nós cantássemos os três"
Os Três: "Olha, que coisa mais linda, mais cheia de graça..."
Era demais. Não conseguia acreditar ! O coração estava aos pulos num misto de culpa dele e do inusitado. Só então viu a capa do livro. A Arte de Amar, de Erick Fromm. Agora, restava resolver consigo mesmo o velho dilema de quem rouba. Não iria devolver ao verdadeiro dono. "Afinal, achado não é roubado", dizia um lado da consciência. "É... mais o certo seria ter mostrado ao garçon". Retrucava o outro lado.
- Que "garçon" ?! Estamos no Brasil - escapou em voz alta. Disfarçou : "Oh, rapaz, por favor, me traz a conta". "Rápido".
Depois de "pagar", saiu carregando, cuidadosamente, entre as páginas do jornal o tesouro encontrado às custas de outras buscas muito menos afortunadas.
Alguém me ensine a não amar Bob Dylan
Alguém me ensine a não amar Bob Dylan!
Aos 16 anos, lembro que, apesar de tão pouco conhecimento sobre fundamentos da Astrologia e as reais características próprias de cada signo, eu já detinha um medo intuitivo de ver meu pobre coração virginiano, naquela época habitante também de um corpo virgem, sucumbisse por nascidos geminianos, não por nada, mas pela dualidade. Como dizia Ariano, "dizem que somos dois seres num só, mesmo entendendo que estão nos chamando de duas caras não é tão ruim assim". É Ariano, apesar do nome, era de Gêmeos e de um dinamismo enquanto"filho de Hermes" que dispensa apresentações . Ainda hoje tenho viva a imagem dele caminhando na Praça de Casa Forte. E a que velocidade! Bah, quem dera fazer algo semelhante depois dos oitenta. Mas vim aqui falar sobre outro geminiano. Hoje, muitos anos depois, estou apaixonada por Bob Dylan, perdidamente. E não tem cura. Ele é a própria definição do termo 'mercurial'. E que modelo de um corpo em ação! Sua maior caraterística, ele mesmo definiu no livro Crônicas, "a velocidade". Bem típico de geminiano. Velocidade em absorver informação, em produzir canções e versos, em se "de comunicar com pares e público" (Bravo, Maio 2005).
Quero ter medo de Bob Dylan. Mas não consigo evitar o atrevimento de desejá-lo, como homem, depois de sentir na pele Blowin' in the Wind, tão velhinha a criação e me pegou jovem. Quando nem era projeto meu a paixão. Quando foi feita eu nem ao menos era nascida. Minha mãe era uma menina ainda em seus 14 anos. Quando Robert Allen Zimmerman fez a canção nascer, ele tinha 22 anos. Bob chegou nesse mundo no dia 24 de maio de 1941. E está na idade certa agora, 65 anos.
- "Mas eu era tão velho nessa época, sou mais jovem que isso agora" (DYLAN, 1964)*
*My Back Pages
(Suspiro)
-AAAAAAAlguém me ensine a não amá - lo por completo e me perder novamente! O problema é que sei amar com tanta força, que me perco. Destempero. Nunca sequer fui boa de cozinha. Queimo até a pizza, quanto mais a linha regulamentar necessária a um bom relacionamento. E mesmo fazendo com requinte um crepe fininho e delicado, erro a mão no sal. Meu jeito de viver, entre livros de Nietzsche e panquecas é puro sal. Não era bem isso que eu queria dizer. Vou tentar novamente. Quero amar pessoas de verdade, com qualidades e defeitos e não amar tão perdidamente Bob Dylan. Quando era criança, vi minha mãe beijar o poster do Roberto Carlos. Não foi só a parede da casa que ficou para sempre marcada. Bob Carlos, ahã. Exatamente. Não quero repetir o padrão. Já basta todo esforço em manter longe dos olhos a memória e da memória as sessões intermináveis de lps na vitrola aos sábados. Mesmo querendo me fazer entender, o caso é outro, não consigo fazer deter o desejo de casar com Bob Dylan. Este é o meu caso.
Alguém me ensine a gostar mais ou menos dele, somente dia sim, dia não...
Percebo que, nem que apaguem de todos os lugares canção Blowin' in the wind, eu conseguiria. fica fácil.
Ainda que todas as páginas configuradas na Internet sejam deletadas não será impossível, aos meus ouvidos parece, ainda mais depois que foi este, por dois anos, o toque do meu celular.
Olho as revistas e encontro com seu olhar distante, misterioso, Bob, na tela do pc, apenas saca o violão e toca (para mim) a canção.
How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
E eu que estava tão triste e tão feliz em passar um tempo sem pensar nele.
Não suporto sentir nada mais que a verdade. E como a vida tem sido
de casos sem altos nem baixos, só meu coração só ficou a marc a de Dylan. Uma constância de amor que está me matando. Eu que já fui chamada de benzinho, mon Cher, lady Cat e até Montanha.
Estou me desfazendo ao só querer amar de verdade o Dylan. Ainda acabo virando pó. Estou certa de que vou ser eu levada pelo vento!
Tensão de amor de novela. típico paradoxo de desejo fadado ao dramalhão. Falas em pausas, enquanto meu cérebro e coração são dominados como que por refrão. E juntos, de modo uníssono, vão repentindo:
ALGUÉM ME ENSINE A NÃO AMAR BOB DYLAN!!!
Thursday, July 13, 2006
A Tapioca da Senhora Euforia Perpétua
Hoje a melodia é simples. Feito parlenda. Criança entende melhor ainda. Concluo com o auxílio de Pascal Bruckner, no Ensaio Sobre o Dever da Felicidade, ao sabor de "O croissant da Senhora Verdurin". Era mais que preciso, exato!, transcorrer em algum momento sábio sobre a própria "Madonna mia", "mi dulce paradiso". Dá corda Pascal: "o segredo está em troçar da felicidade, nunca a procurar enquanto tal, acolhê - la sem que nos interroguemos se é merecida ou contribui para a edificação (pôxa) do gênero humano".
Não dava pra dizer que bom mesmo é rir da própria "desgraça" ? No sentido figurado e literal, claro! Aliás, tudo isso me deu uma fome danada. Vontade de ir à cozinha "comer um pão com manteiga", como se celebrasse em Felicidade Clandestina. Vontade sentir o prazer que dá ao ler Epicuro:
"Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo".Tô ficando mais jovem cada vez que creio. E mais incrédula também.
Parece mais ou menos assim, como na canção de Bob Dylan, de 1966: " Os sinos rachados e as cornetas enferrujadas, gritam na minha cara com desprezo, mas não nasci para perder você". Fiquei muito simples ? Muito sem disfarçatez ? Está ficando fácil decifrar... Qual a graça ? Nenhuma, né ?! O riso ficou frouxo de repente. Nervoso!
Pior é aquele aperto dizendo que tudo é tão incerto quanto doçura de fruta inteira e com casca comprada no mercado aqui pertinho. Pascal Bruckner contesta: "À felicidade propriamente dita, podemos preferir o prazer como um breve êxtase roubado ao curso das coisas, a vivacidade, essa embriaguez ligeira que acompanha o desenvolvimento da vida, e sobretudo a alegria que implica surpresa e elevação". Quisera eliminar o "sobretudo"! Só se a tal fruta fosse roubada do mercado. Concorda comigo ? Até porque não vai mesmo se revelar tão doce com o passar do tempo. E ela continua, vai continuando, continuando...Pascal também:
"Pois nada rivaliza com a irrupção na nossa existência de um acontecimento ou de um ser que nos destroça - é isso ? - ou que nos encanta". Pouco importa. Se encanta ou destroça. Pelo jeito, pouco importa. A gente é feliz, sendo amado, de todo jeito. E não pára. Pior é párar. Fiquei tonta. Juro, fiquei mesmo tonta!
Quem disse que a estrada da razão e da virtude que leva ao regaço da felicidade ? Foi Giannetti, lembro agora. Eduardo Giannetti. Reproduzindo Condorcet, por apenas citar que "o progresso das artes mecânicas trará um novo padrão de conforto e felicidade". Tudo isso, porque inventaram o computador, o blogspot e aquele refrigerante que tem "gosto de esmalte de unhas e sabão Aristolino" e que faz de quem bebe ser "hoje". No bom humor de Clarice. Ácido. E borbulhante de fato. Capaz de fazer cócegas embaixo do nariz. Pode haver mais caminhos, Eduardo!
- Giannetti, por favor...
Tudo parece tão cheio de caminhos como trilhas em lugares "inexplorados" como a Chapada Diamantina. Perdida e com uma euforia que parece fraquinha e com cara do que logo logo vai ter fim...Não vou derramar lágrima por essa felicidade. Aprendi. Sou triste quando encontro algo tão feliz assim. Felicidade igual a saborear tapioca e matar fome de dias inteiros depois de abandonada por mim mesma ao ser clara e simples assim. Vou logo dizendo que quero ser cremada e para velar nada de cadáver. Bastam todas as fotos e vídeos que agora vão virando instantes de vida para serem visto no dia da minha sorte. Quis dizer morte.
Vamos lá, Bertrand, para você não foi tão fácil assim...tão divertido ser expulso de Nova York nos anos 40, por acreditar no "casamento livre", só para saber se a união valeria a pena. Eu fui ficando com cabelo e jeito de francesa. Justo eu que prefiro tapioca a croissant! Uma coisa ficou bem evidente. Essa felicidade é tão pouco minha e tão de tanta gente, que quase não sobra linha para faltar letra em itálico. Deitadinha assim. No final, a grande e única certeza é mesmo a felicidade de estar aqui. Não vou morrer enquanto esses dedos longos que falo tanto em abandonar, em inglês, ainda estiverem aqui.
Às vezes, porque ser feliz é simples. Eu juro, sem controle remoto na mão. Se falta tudo, quando se tem alguma coisa já é mais do que quando não havia motivos para sorrir. E eu não estou me achando de fato. Não tenho morangos sobre a mesa. Eu sei! Mas tenho tangerinas. Aos bagos. Sei que estou me perdendo, eu sei. Mas na minha lógica obscurecida e iluminada, ainda resta espaço e tempo hábil para saber um pouco mais sobre essa "Alegria Muda" que vai ficar para sempre porque foi escrito e pode ser lido. Bem aqui.
Hoje a melodia é simples. Feito parlenda. Criança entende melhor ainda. Concluo com o auxílio de Pascal Bruckner, no Ensaio Sobre o Dever da Felicidade, ao sabor de "O croissant da Senhora Verdurin". Era mais que preciso, exato!, transcorrer em algum momento sábio sobre a própria "Madonna mia", "mi dulce paradiso". Dá corda Pascal: "o segredo está em troçar da felicidade, nunca a procurar enquanto tal, acolhê - la sem que nos interroguemos se é merecida ou contribui para a edificação (pôxa) do gênero humano".
Não dava pra dizer que bom mesmo é rir da própria "desgraça" ? No sentido figurado e literal, claro! Aliás, tudo isso me deu uma fome danada. Vontade de ir à cozinha "comer um pão com manteiga", como se celebrasse em Felicidade Clandestina. Vontade sentir o prazer que dá ao ler Epicuro:
"Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo".Tô ficando mais jovem cada vez que creio. E mais incrédula também.
Parece mais ou menos assim, como na canção de Bob Dylan, de 1966: " Os sinos rachados e as cornetas enferrujadas, gritam na minha cara com desprezo, mas não nasci para perder você". Fiquei muito simples ? Muito sem disfarçatez ? Está ficando fácil decifrar... Qual a graça ? Nenhuma, né ?! O riso ficou frouxo de repente. Nervoso!
Pior é aquele aperto dizendo que tudo é tão incerto quanto doçura de fruta inteira e com casca comprada no mercado aqui pertinho. Pascal Bruckner contesta: "À felicidade propriamente dita, podemos preferir o prazer como um breve êxtase roubado ao curso das coisas, a vivacidade, essa embriaguez ligeira que acompanha o desenvolvimento da vida, e sobretudo a alegria que implica surpresa e elevação". Quisera eliminar o "sobretudo"! Só se a tal fruta fosse roubada do mercado. Concorda comigo ? Até porque não vai mesmo se revelar tão doce com o passar do tempo. E ela continua, vai continuando, continuando...Pascal também:
"Pois nada rivaliza com a irrupção na nossa existência de um acontecimento ou de um ser que nos destroça - é isso ? - ou que nos encanta". Pouco importa. Se encanta ou destroça. Pelo jeito, pouco importa. A gente é feliz, sendo amado, de todo jeito. E não pára. Pior é párar. Fiquei tonta. Juro, fiquei mesmo tonta!
Quem disse que a estrada da razão e da virtude que leva ao regaço da felicidade ? Foi Giannetti, lembro agora. Eduardo Giannetti. Reproduzindo Condorcet, por apenas citar que "o progresso das artes mecânicas trará um novo padrão de conforto e felicidade". Tudo isso, porque inventaram o computador, o blogspot e aquele refrigerante que tem "gosto de esmalte de unhas e sabão Aristolino" e que faz de quem bebe ser "hoje". No bom humor de Clarice. Ácido. E borbulhante de fato. Capaz de fazer cócegas embaixo do nariz. Pode haver mais caminhos, Eduardo!
- Giannetti, por favor...
Tudo parece tão cheio de caminhos como trilhas em lugares "inexplorados" como a Chapada Diamantina. Perdida e com uma euforia que parece fraquinha e com cara do que logo logo vai ter fim...Não vou derramar lágrima por essa felicidade. Aprendi. Sou triste quando encontro algo tão feliz assim. Felicidade igual a saborear tapioca e matar fome de dias inteiros depois de abandonada por mim mesma ao ser clara e simples assim. Vou logo dizendo que quero ser cremada e para velar nada de cadáver. Bastam todas as fotos e vídeos que agora vão virando instantes de vida para serem visto no dia da minha sorte. Quis dizer morte.
Vamos lá, Bertrand, para você não foi tão fácil assim...tão divertido ser expulso de Nova York nos anos 40, por acreditar no "casamento livre", só para saber se a união valeria a pena. Eu fui ficando com cabelo e jeito de francesa. Justo eu que prefiro tapioca a croissant! Uma coisa ficou bem evidente. Essa felicidade é tão pouco minha e tão de tanta gente, que quase não sobra linha para faltar letra em itálico. Deitadinha assim. No final, a grande e única certeza é mesmo a felicidade de estar aqui. Não vou morrer enquanto esses dedos longos que falo tanto em abandonar, em inglês, ainda estiverem aqui.
Às vezes, porque ser feliz é simples. Eu juro, sem controle remoto na mão. Se falta tudo, quando se tem alguma coisa já é mais do que quando não havia motivos para sorrir. E eu não estou me achando de fato. Não tenho morangos sobre a mesa. Eu sei! Mas tenho tangerinas. Aos bagos. Sei que estou me perdendo, eu sei. Mas na minha lógica obscurecida e iluminada, ainda resta espaço e tempo hábil para saber um pouco mais sobre essa "Alegria Muda" que vai ficar para sempre porque foi escrito e pode ser lido. Bem aqui.
Wednesday, July 12, 2006
Sit there!!!
Go with your fingers...
"What can we do ?"
I'm a little down girl blue,
The time run fast without you
Why I wrote things to change you ?
Why I'm sad now ?
This is my happiness, no?
Sit here !!!
Come with your fool hands
What we didn't know ...
About ourselves
You're the candy dog
I'm the greatest glass cat
The hit is at the door.
Why I wrote things to change you ?
Why I'm sad now ?
This is my happiness, no ?
Go, baby go !!!
I'll throw away my long hands
And take care myself
Be careful with my red hair
in your left beard
I'm a sorry red hot girl
You're a anger troble boat
I blow cause the sweetness had gone
Why I wrote things to change you ?
Whi I'm sad now ?
This is my happiness, oh no?
Tuesday, July 11, 2006
"Nunca digas como o odioso autor das Observações (...): A peça é excelente, ou ela é ruim, ou tal ato é impertinente, tal papel é lamentável. (...) Não é teu juízo que pedem, mas o relato de um processo que o público deve julgar". François Voltaire
O escritor François Voltaire, nasceu em 1694, e antes da morte dele em 1778, já sabia da importância de um jornalista ser imparcial. Não adiantam ridículos efeitos pirotécnicos. Simplicidade é o que vai comunicar ? A intenção é revelar de pronto. Mas tornar difícil vai trazer o leitor junto para uma investigação mais minuciosa dos fatos relevantes ? ou não.
Voltaire Vivo de Rodrigo Petronio, bacharel em Letras da USP, a respeito do francês (www.plataforma.paraapoesia.nom.br)explica:
"Ainda hoje seu nome consta no Index exprobratório da Igreja Católica, o que quer dizer, trocando em miúdos, o seguinte: sua leitura é vedada a qualquer católico de qualquer parte do mundo. Voltaire é um patrimônio da humanidade, e assim deve ser tratado. Qualquer tentativa de invalidar essa condição tem que merecer o nosso repúdio e o nosso desprezo"
Afirma e contextualiza: "Pouco mais de cinqüenta anos após o Holocausto, em meio à Intifada criada entre palestinos e judeus pela disputa de alguns alqueires de cascalho sagrado e às novas religiões evangélicas arrastando milhares de ignorantes para estádios, tendo visto hutus e tutsis se degolarem e vendo os novos adeptos do nazismo se aglutinarem em pequenos grupos que crescem a cada dia, temos que fazer nossas as palavras de Valéry: Voltaire vive, ele é mais atual e necessário do que nunca. E esperarmos pelo dia em que ele seja apenas atual."
? Por que será, por exemplo, que tantos anos depois a afirmação de Clarice Lispector feita através de carta a Fernando Sabino é reproduzida na orelha do livro Movimentos Simulados:
"Ao remexer seus arquivos, o autor encontrou os originais desse seu romance, em 232 páginas amareladas. Em "Cartas perto do Coração", trocadas em 1946 com Clarice Lispector, referiu-se ao livro. Ela aconselhou-o a "dar um largo tempo aos seus movimentos" e, realmente, ele deu um tempo longo demais para publicar o livro - quase 60 anos"... Quanta completude.
O que queria de fato dizer o personagem Eduardo Marciano, na página 145, do livro O Encontro Marcado com a sequência de frases: "De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro".
O desabafo vem justamente depois que "A data do casamento foi marcada: assim que ficasse pronto o enxoval" e ainda exatamente quando "Eduardo mudou-se para o Rio, tomou posse no emprego que o ministro lhe arranjara, e viu, num misto de apreensão e deslumbramento, aproximar-se o grande dia." Porque, na maioria das vezes, é difícil não reagir à pressão. Ou, quase invariavelmente, reagir mal à pressão. Porque não é possível para o humano, demasiadamente humano, suportar a pressão dos fatos.
Fui aprendendo a lidar com o limite das pessoas. O limite dos fatos. Reiventando a própria roda como único caminho para continuar percorrendo a trajetória traçada para mim neste mundo. Não reação padrão, que condiz com o esperado, para cada e todo tipo de pressão. Somente as que cabem na matemática. Em geral, se escolhe. Eu sempre escolho uma reação. A vida é feita delas e fica - se com as "melhores". No entendimento de cada um. E é difícil. Acredito mais do que na Santa Igreja Católica, que é escolher e pensar o que fazer na hora exata, o que nos diferencia de outros animais.
Não que esteja certo. Não que seja o melhor caminho. Não que não tenha dúvidas e não hesite, mas acredito primeiro no êxito dos planos e isso é "um passo à frente" para que dê certo. Difícil é ter certeza. Pior, é o que faz diferença e todos esperam, afinal, justo no final. O fato é que meu desejo anda fraquinho. Às vezes tenho a sensação precisa de que se fosse transmissão ao vivo não chegaria sequer até o satélite ! Imagina ir e voltar com apenas dois segundos de "delay". Por isso cito Voltaire. Por isso compreendo Rodrigo. Porque também acredito e penso como Valéry. Contraditório e humano tudo isso.
Já ganhei flores e presente de ficar sozinha no dia do aniversário. Já saí por cidade desconhecida à procura de um pensionato...No dia do meu vigésimo primeiro ano "ovo". Ninguém sabe da missa 1/3, nem "il Padre Santo". Ninguém, ou quase ninguém, fala, lê ou entende italiano Voltaire ! nas redações de tevê daqui. Que dirá Grego...
Sempre me interessou ser esperta o bastante para chegar antes do final. Mas também não sei nem latim, e nem chorar mais eu sei. Tarde demais para reaprender. "Um passo e você não está mais no mesmo lugar", insiste o pensamento Chico Science. Quem vai segurar esse passo ? Olha, não somos da geração Nike, "no limits". Sentido ? Não faço mais. E espero todas as vezes que termino uma linha que esse desejo de escrever morra. Deixe - me em paz, viver sem registro. Mas não nasci pra isso...Morro eu antes de cada linha finda. De nenhuma beleza e sentido incompleto. De uma autora semi - analfabeta e nordestina como era Macabéia.
O que escrevo é apenas o que escrevo. Não é o que digo depois do que planejo. É um impulso o que eu escrevo. Talvez seja feitiçaria e mágica. Talvez rime mesmo com desejo. Com tudo aquilo que vejo pulsando, preso em mim. Mas, é apenas o que eu escrevo. Já o que eu digo, não se escreve. Nem por mim, nem por ninguém. Dei um "tom de tristeza". Não. Foi de melancolia mesmo. E daí ? E tudo é tão rápido quanto a aceleração computadorizada do ônibus tríplice desgovernado que despencou do viaduto.
Estou a um passo de pular do precipício e ninguém vai me salvar. O mágico está a um milésimo de segundo de afundar na cadeira por um plano meu. E ninguém pode fazer nada contra a vontade da aniversariante. A cena. Na minha "festa", vai quem quer e a direção é minha... Do meu jeito, sem direção. Ou qualquer sentido. Lembrei de repente porque cresci.
E agora obedeço feito boi de presépio. O povo que julgue ! A opinião dos outros interessa em parte. Só a parte que interessa...É essa a liberdade de não fazer planos que o mesmo "personagem" se deu. O destino vem em ciclos. Nessa seqüência a roda é "de Samsara" (é assim mesmo que se escreve). E são várias. E Nós, que aqui estamos por Vós esperando : concluímos um ciclo. Mais uma vez na roda.
O escritor François Voltaire, nasceu em 1694, e antes da morte dele em 1778, já sabia da importância de um jornalista ser imparcial. Não adiantam ridículos efeitos pirotécnicos. Simplicidade é o que vai comunicar ? A intenção é revelar de pronto. Mas tornar difícil vai trazer o leitor junto para uma investigação mais minuciosa dos fatos relevantes ? ou não.
Voltaire Vivo de Rodrigo Petronio, bacharel em Letras da USP, a respeito do francês (www.plataforma.paraapoesia.nom.br)explica:
"Ainda hoje seu nome consta no Index exprobratório da Igreja Católica, o que quer dizer, trocando em miúdos, o seguinte: sua leitura é vedada a qualquer católico de qualquer parte do mundo. Voltaire é um patrimônio da humanidade, e assim deve ser tratado. Qualquer tentativa de invalidar essa condição tem que merecer o nosso repúdio e o nosso desprezo"
Afirma e contextualiza: "Pouco mais de cinqüenta anos após o Holocausto, em meio à Intifada criada entre palestinos e judeus pela disputa de alguns alqueires de cascalho sagrado e às novas religiões evangélicas arrastando milhares de ignorantes para estádios, tendo visto hutus e tutsis se degolarem e vendo os novos adeptos do nazismo se aglutinarem em pequenos grupos que crescem a cada dia, temos que fazer nossas as palavras de Valéry: Voltaire vive, ele é mais atual e necessário do que nunca. E esperarmos pelo dia em que ele seja apenas atual."
? Por que será, por exemplo, que tantos anos depois a afirmação de Clarice Lispector feita através de carta a Fernando Sabino é reproduzida na orelha do livro Movimentos Simulados:
"Ao remexer seus arquivos, o autor encontrou os originais desse seu romance, em 232 páginas amareladas. Em "Cartas perto do Coração", trocadas em 1946 com Clarice Lispector, referiu-se ao livro. Ela aconselhou-o a "dar um largo tempo aos seus movimentos" e, realmente, ele deu um tempo longo demais para publicar o livro - quase 60 anos"... Quanta completude.
O que queria de fato dizer o personagem Eduardo Marciano, na página 145, do livro O Encontro Marcado com a sequência de frases: "De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro".
O desabafo vem justamente depois que "A data do casamento foi marcada: assim que ficasse pronto o enxoval" e ainda exatamente quando "Eduardo mudou-se para o Rio, tomou posse no emprego que o ministro lhe arranjara, e viu, num misto de apreensão e deslumbramento, aproximar-se o grande dia." Porque, na maioria das vezes, é difícil não reagir à pressão. Ou, quase invariavelmente, reagir mal à pressão. Porque não é possível para o humano, demasiadamente humano, suportar a pressão dos fatos.
Fui aprendendo a lidar com o limite das pessoas. O limite dos fatos. Reiventando a própria roda como único caminho para continuar percorrendo a trajetória traçada para mim neste mundo. Não reação padrão, que condiz com o esperado, para cada e todo tipo de pressão. Somente as que cabem na matemática. Em geral, se escolhe. Eu sempre escolho uma reação. A vida é feita delas e fica - se com as "melhores". No entendimento de cada um. E é difícil. Acredito mais do que na Santa Igreja Católica, que é escolher e pensar o que fazer na hora exata, o que nos diferencia de outros animais.
Não que esteja certo. Não que seja o melhor caminho. Não que não tenha dúvidas e não hesite, mas acredito primeiro no êxito dos planos e isso é "um passo à frente" para que dê certo. Difícil é ter certeza. Pior, é o que faz diferença e todos esperam, afinal, justo no final. O fato é que meu desejo anda fraquinho. Às vezes tenho a sensação precisa de que se fosse transmissão ao vivo não chegaria sequer até o satélite ! Imagina ir e voltar com apenas dois segundos de "delay". Por isso cito Voltaire. Por isso compreendo Rodrigo. Porque também acredito e penso como Valéry. Contraditório e humano tudo isso.
Já ganhei flores e presente de ficar sozinha no dia do aniversário. Já saí por cidade desconhecida à procura de um pensionato...No dia do meu vigésimo primeiro ano "ovo". Ninguém sabe da missa 1/3, nem "il Padre Santo". Ninguém, ou quase ninguém, fala, lê ou entende italiano Voltaire ! nas redações de tevê daqui. Que dirá Grego...
Sempre me interessou ser esperta o bastante para chegar antes do final. Mas também não sei nem latim, e nem chorar mais eu sei. Tarde demais para reaprender. "Um passo e você não está mais no mesmo lugar", insiste o pensamento Chico Science. Quem vai segurar esse passo ? Olha, não somos da geração Nike, "no limits". Sentido ? Não faço mais. E espero todas as vezes que termino uma linha que esse desejo de escrever morra. Deixe - me em paz, viver sem registro. Mas não nasci pra isso...Morro eu antes de cada linha finda. De nenhuma beleza e sentido incompleto. De uma autora semi - analfabeta e nordestina como era Macabéia.
O que escrevo é apenas o que escrevo. Não é o que digo depois do que planejo. É um impulso o que eu escrevo. Talvez seja feitiçaria e mágica. Talvez rime mesmo com desejo. Com tudo aquilo que vejo pulsando, preso em mim. Mas, é apenas o que eu escrevo. Já o que eu digo, não se escreve. Nem por mim, nem por ninguém. Dei um "tom de tristeza". Não. Foi de melancolia mesmo. E daí ? E tudo é tão rápido quanto a aceleração computadorizada do ônibus tríplice desgovernado que despencou do viaduto.
Estou a um passo de pular do precipício e ninguém vai me salvar. O mágico está a um milésimo de segundo de afundar na cadeira por um plano meu. E ninguém pode fazer nada contra a vontade da aniversariante. A cena. Na minha "festa", vai quem quer e a direção é minha... Do meu jeito, sem direção. Ou qualquer sentido. Lembrei de repente porque cresci.
E agora obedeço feito boi de presépio. O povo que julgue ! A opinião dos outros interessa em parte. Só a parte que interessa...É essa a liberdade de não fazer planos que o mesmo "personagem" se deu. O destino vem em ciclos. Nessa seqüência a roda é "de Samsara" (é assim mesmo que se escreve). E são várias. E Nós, que aqui estamos por Vós esperando : concluímos um ciclo. Mais uma vez na roda.
Monday, July 10, 2006
Geologia e Geosfera - O Estudo da Terra e do seu Universo.
"A Geologia estuda a Terra desde a sua origem há aproximadamente 4 bilhões e 500 milhões de anos". A Geologia é o estudo da Terra. "A imensa quantidade de informações adquiridas até o presente mostra o ecossistema Terra susceptível a transformações que, muitas vezes, tiveram como resultado extinções em massa de animais e vegetais, causadas por mudanças climáticas drásticas ocasionadas por processos internos e externos". Pasmem!
A Terra muda constantemente. E está sujeita a alterações climáticas. Geo é igual a Terra. E o estudo que pretendo fazer só reafirma a impossibilidade de compreensão da minha eterna inconstância. A Terra é. Eu estou aprendendo...
"A Terra, com os demais constituintes do Sistema Solar, formou-se pela aglutinação de poeira cósmica e partículas até do tamanho de asteróides, a partir de uma nebulosa de gás e poeira em lenta rotação". A Terra, então, é formada pelo conjunto de partículas, meteoritos e fragmentos de histórias que se acumularam antes, durante e depois do passar do tempo.
"O estudo de meteoritos - fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço - permite estabelecer, com certa precisão, a cronologia dos eventos da evolução primitiva do Sistema Solar". Os meteoritos, cuja composição química e mineralógica é assemelhada a dos corpos do Sistema Solar, possuem idade de 4,6 bilhões de anos... por extrapolação esta é considerada tecnicamente a idade da própria Terra.
"A investigação das rochas mais velhas, da diversidade dos eventos e variação composicional da crosta mostram que a Terra se transforma gradualmente, embora os processos geológicos guardem semelhança com os operantes hoje em dia". A Terra muda o tempo todo. E estar entre as rochas mais velhinhas não é ruim. Desde que seja preciso um estudo para reconhecer ou fazer a afirmação. Mas, onde estão as rochas sobreviventes da história inicial da Terra?
Em outras palavras: existe um princípio de tudo. Além da dinâmica que transforma lentamente o nosso planeta sabemos que sua "superfície primitiva, durante os primeiros 600 milhões de anos, sofreu intenso bombardeio de meteoritos, asteróides e cometas, detritos gerados durante a formação do Sistema Solar". O registro desse bombardeio pode ser visto, por exemplo, na superfície da Lua coberta por enormes crateras, cicatrizes de um passado extremamente violento. Pode se dizer que a Lua foi violentada. Ou violentamente agredida, bombardeada!
"A Terra, contudo, sofreu erosão e eventos geológicos sucessivos, o que explica ser extremamente difícil encontrar suas rochas mais primitivas preservadas. Mas o que aconteceu com a Lua naquela fase primitiva, certamente aconteceu com a Terra". Então, a Terra também sofreu inúmeras violências e foi agredida, violentada. Mas continua intocada nas regiões cobertas pelo mar.
Além da Terra, há o fogo. Dentro da Terra, há o Magma. Segundo a enciclopédia Wilkipédia a rocha fundida está localizada normalmente dentro de uma câmara de magma, debaixo da superfície da Terra. "Essa complexa solução de silicatos a alta temperatura, entre 650 e 1200 graus Celsius, é ancestral de todas as rochas ígneas, sejam elas intrusivas ou extrusivas. O magma permanece sob alta pressão e, algumas vezes, emerge através das fendas vulcânicas, na forma de lava fluente e fluxos piroclásticos". A lava é o magma que chegou à superfície.
"Os produtos de uma erupção vulcânica geralmente contêm gases dissolvidos que podem nunca ter alcançado a superfície do planeta. O magma se acumula em várias câmaras de magma, situadas no interior da crosta terrestre, cuja localização resulta em leves alterações na sua composição". O Magma pode se apresentar em estado gasoso.
"A Geosfera fica abaixo da crosta e acima do núcleo, entre cerca de 100km e 2.900km de profundidade e dividido em manto superior e manto inferior com uma zona de transição entre os dois".
O Estudo da Geosfera é claro: mantenha sempre distância. Entre a crosta e o núcleo tudo pode acontecer. Inclusive nada. Muito mais além da pouca profundidade.
"A Geologia estuda a Terra desde a sua origem há aproximadamente 4 bilhões e 500 milhões de anos". A Geologia é o estudo da Terra. "A imensa quantidade de informações adquiridas até o presente mostra o ecossistema Terra susceptível a transformações que, muitas vezes, tiveram como resultado extinções em massa de animais e vegetais, causadas por mudanças climáticas drásticas ocasionadas por processos internos e externos". Pasmem!
A Terra muda constantemente. E está sujeita a alterações climáticas. Geo é igual a Terra. E o estudo que pretendo fazer só reafirma a impossibilidade de compreensão da minha eterna inconstância. A Terra é. Eu estou aprendendo...
"A Terra, com os demais constituintes do Sistema Solar, formou-se pela aglutinação de poeira cósmica e partículas até do tamanho de asteróides, a partir de uma nebulosa de gás e poeira em lenta rotação". A Terra, então, é formada pelo conjunto de partículas, meteoritos e fragmentos de histórias que se acumularam antes, durante e depois do passar do tempo.
"O estudo de meteoritos - fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço - permite estabelecer, com certa precisão, a cronologia dos eventos da evolução primitiva do Sistema Solar". Os meteoritos, cuja composição química e mineralógica é assemelhada a dos corpos do Sistema Solar, possuem idade de 4,6 bilhões de anos... por extrapolação esta é considerada tecnicamente a idade da própria Terra.
"A investigação das rochas mais velhas, da diversidade dos eventos e variação composicional da crosta mostram que a Terra se transforma gradualmente, embora os processos geológicos guardem semelhança com os operantes hoje em dia". A Terra muda o tempo todo. E estar entre as rochas mais velhinhas não é ruim. Desde que seja preciso um estudo para reconhecer ou fazer a afirmação. Mas, onde estão as rochas sobreviventes da história inicial da Terra?
Em outras palavras: existe um princípio de tudo. Além da dinâmica que transforma lentamente o nosso planeta sabemos que sua "superfície primitiva, durante os primeiros 600 milhões de anos, sofreu intenso bombardeio de meteoritos, asteróides e cometas, detritos gerados durante a formação do Sistema Solar". O registro desse bombardeio pode ser visto, por exemplo, na superfície da Lua coberta por enormes crateras, cicatrizes de um passado extremamente violento. Pode se dizer que a Lua foi violentada. Ou violentamente agredida, bombardeada!
"A Terra, contudo, sofreu erosão e eventos geológicos sucessivos, o que explica ser extremamente difícil encontrar suas rochas mais primitivas preservadas. Mas o que aconteceu com a Lua naquela fase primitiva, certamente aconteceu com a Terra". Então, a Terra também sofreu inúmeras violências e foi agredida, violentada. Mas continua intocada nas regiões cobertas pelo mar.
Além da Terra, há o fogo. Dentro da Terra, há o Magma. Segundo a enciclopédia Wilkipédia a rocha fundida está localizada normalmente dentro de uma câmara de magma, debaixo da superfície da Terra. "Essa complexa solução de silicatos a alta temperatura, entre 650 e 1200 graus Celsius, é ancestral de todas as rochas ígneas, sejam elas intrusivas ou extrusivas. O magma permanece sob alta pressão e, algumas vezes, emerge através das fendas vulcânicas, na forma de lava fluente e fluxos piroclásticos". A lava é o magma que chegou à superfície.
"Os produtos de uma erupção vulcânica geralmente contêm gases dissolvidos que podem nunca ter alcançado a superfície do planeta. O magma se acumula em várias câmaras de magma, situadas no interior da crosta terrestre, cuja localização resulta em leves alterações na sua composição". O Magma pode se apresentar em estado gasoso.
"A Geosfera fica abaixo da crosta e acima do núcleo, entre cerca de 100km e 2.900km de profundidade e dividido em manto superior e manto inferior com uma zona de transição entre os dois".
O Estudo da Geosfera é claro: mantenha sempre distância. Entre a crosta e o núcleo tudo pode acontecer. Inclusive nada. Muito mais além da pouca profundidade.
Wednesday, July 05, 2006
"Partamos de duas teses em presença. A tese intencionalista é conhecida. A intenção do autor é o critério pedagógico ou acadêmico tradicional para estabelecer - se o sentido literário. Seu resgate é, ou foi por muito tempo, o fim principal, ou mesmo exclusivo, da explicação de texto (...) o sentido de um texto é o que o autor desse texto quis dizer. Um preconceito não é necessariamente desprovido de verdade, mas a vantagem principal da identificação do sentido à intenção é a de resolver o problema da interpretação literária:"
A Tese da Morte do Autor
Antoine Compagnon
Você se lembra daquela bola de gás hélio ? Balões em geral brilhantes, coloridos e de formas diferentes ou até bem presentes no nosso imaginário comum ? Lembra o que aconteceu com o primeiro desses balões dourados ou uma mistura de cor de rosa com prateado em forma de coração que ganhou ? Com aquela linha fininha que vem amarrada na ponta para prender o gás, por onde o vendedor lhe entrega o balão tão desejado, cobiçado e que provoca todos aqueles olhares de inveja em quem passa por perto ? Lembra o que aconteceu com o primeiro que você ganhou ?
Lembro que a linha fininha, recém - saída das mãos do vendedor, foi me escapando pelos dedos desastrados e compridos como as bolhinhas de mercúrio de um termômetro quebrado. Lembro que a linha foi deslizando entre as pontas dos dedos enquanto balaçanva no instante em que o balão ia flutuando e escapulindo ali bem diante dos olhos atônitos do adulto que pagou pelo objeto de desejo laminado...O vendedor não parecia tão preocupado. Sentia - se com o poder de "oferecer" e ganhar mais um pouco com a cena tão triste. Não fez sequer menção de auxiliar no resgate do bem adquirido.
E o balão foi subindo cada vez mais alto e brilhava cada vez mais inatingível e impossível de ser alcançado com os últimos raios de um sol mais vermelho daquela hora do dia que a tantos assusta. E que foi a hora em que nasci. Lembro que a sensação de frustação não seria apagada ou quedaria - se menor com a aquisição de outro balão colorido ou da mesma forma brilhante. Não havia mais balões em forma de coração...Também era a primeira vez que me interessava por alguém brinquedo na cor rosa. Embora rosas houvesse de todos os tons no jardim da casa onde eu morava.
Da mesma forma, lembro - me claramente do meu olhar fixo no balão colorido enquanto ganhava os céus. De como fui subindo junto com ele, levitando, até párar por instantes na cadeira mais alta da roda - gigante. Era finalzinho de tarde e estava no parque como tantas outras crianças que hostentavam seus balões de gás hélio. Enquanto o meu, havia se perdido. Eu havia deixado escapar...O adulto que me acompanhava ainda tentou consolar minha perda com outros brinquedos coloridos, jogos, algodão doce - que também era cor - de - rosa - e até uma maçã do amor. Igualzinha a da Branca de Neve.
Nada surtia efeito. Continuava paralizada, com os olhos e a cabeça virados para o alto observando o balão. E se um "super - héroi" aparecesse e recuperasse o balão para mim ? E se eu mesma criasse asas ainda poderia resgatá - lo das engrenagens da cadeira mais alta da roda - gigante ? Mas não foi bem assim. O balão cor - de - rosa ficou ainda por uma tortura de tempo naquela cadeira, lá no alto. Até que no primeiro giro para entrasse o segundo casal na segunda cadeira ao alcance da plataforma, o balão desprendeu - se e fugiu. Fugiu para um destino ainda mais alto. Subiu, subiu, subiu até "não poder mais", como o poeta que desse mesmo "modo" amava as mulheres...
O balão não volta. Não volta nunca mais. Até hoje ele continua subindo e flutuando pelo espaço. Perdido...Não volta nunca mais. Foi virando um pontinho minúsculo lá no alto e cada vez mais minúsculo quanto mais no alto se encontrava. Foram de muita magia também os minutos eternos em que esteve "preso" na cadeira mais alta da roda - girante. Parecia dançar uma música "minimal" tocada pela brisa leve. De um lado para o outro. Solto e preso ao mesmo tempo. E foi preciso me escapar também agora um sorriso para saber do valor do que escapuliu entre os dedos. Tanto valor e valentias e eu fiquei assim: distraída, desastrada.
A Tese da Morte do Autor
Antoine Compagnon
Você se lembra daquela bola de gás hélio ? Balões em geral brilhantes, coloridos e de formas diferentes ou até bem presentes no nosso imaginário comum ? Lembra o que aconteceu com o primeiro desses balões dourados ou uma mistura de cor de rosa com prateado em forma de coração que ganhou ? Com aquela linha fininha que vem amarrada na ponta para prender o gás, por onde o vendedor lhe entrega o balão tão desejado, cobiçado e que provoca todos aqueles olhares de inveja em quem passa por perto ? Lembra o que aconteceu com o primeiro que você ganhou ?
Lembro que a linha fininha, recém - saída das mãos do vendedor, foi me escapando pelos dedos desastrados e compridos como as bolhinhas de mercúrio de um termômetro quebrado. Lembro que a linha foi deslizando entre as pontas dos dedos enquanto balaçanva no instante em que o balão ia flutuando e escapulindo ali bem diante dos olhos atônitos do adulto que pagou pelo objeto de desejo laminado...O vendedor não parecia tão preocupado. Sentia - se com o poder de "oferecer" e ganhar mais um pouco com a cena tão triste. Não fez sequer menção de auxiliar no resgate do bem adquirido.
E o balão foi subindo cada vez mais alto e brilhava cada vez mais inatingível e impossível de ser alcançado com os últimos raios de um sol mais vermelho daquela hora do dia que a tantos assusta. E que foi a hora em que nasci. Lembro que a sensação de frustação não seria apagada ou quedaria - se menor com a aquisição de outro balão colorido ou da mesma forma brilhante. Não havia mais balões em forma de coração...Também era a primeira vez que me interessava por alguém brinquedo na cor rosa. Embora rosas houvesse de todos os tons no jardim da casa onde eu morava.
Da mesma forma, lembro - me claramente do meu olhar fixo no balão colorido enquanto ganhava os céus. De como fui subindo junto com ele, levitando, até párar por instantes na cadeira mais alta da roda - gigante. Era finalzinho de tarde e estava no parque como tantas outras crianças que hostentavam seus balões de gás hélio. Enquanto o meu, havia se perdido. Eu havia deixado escapar...O adulto que me acompanhava ainda tentou consolar minha perda com outros brinquedos coloridos, jogos, algodão doce - que também era cor - de - rosa - e até uma maçã do amor. Igualzinha a da Branca de Neve.
Nada surtia efeito. Continuava paralizada, com os olhos e a cabeça virados para o alto observando o balão. E se um "super - héroi" aparecesse e recuperasse o balão para mim ? E se eu mesma criasse asas ainda poderia resgatá - lo das engrenagens da cadeira mais alta da roda - gigante ? Mas não foi bem assim. O balão cor - de - rosa ficou ainda por uma tortura de tempo naquela cadeira, lá no alto. Até que no primeiro giro para entrasse o segundo casal na segunda cadeira ao alcance da plataforma, o balão desprendeu - se e fugiu. Fugiu para um destino ainda mais alto. Subiu, subiu, subiu até "não poder mais", como o poeta que desse mesmo "modo" amava as mulheres...
O balão não volta. Não volta nunca mais. Até hoje ele continua subindo e flutuando pelo espaço. Perdido...Não volta nunca mais. Foi virando um pontinho minúsculo lá no alto e cada vez mais minúsculo quanto mais no alto se encontrava. Foram de muita magia também os minutos eternos em que esteve "preso" na cadeira mais alta da roda - girante. Parecia dançar uma música "minimal" tocada pela brisa leve. De um lado para o outro. Solto e preso ao mesmo tempo. E foi preciso me escapar também agora um sorriso para saber do valor do que escapuliu entre os dedos. Tanto valor e valentias e eu fiquei assim: distraída, desastrada.
Monday, July 03, 2006
Infelicidade de um "modo" Feliz!
"a barreira do eu individual, na qual ele era um homem como os outros, ruiu" (Prost). "eu é um outro" (Rimbaud), ou "sou agora impessoal" (Mallarmé)
O Demônio da Teoria - Literatura e senso comum, Antoine Compagnon, pag. 36
Esse é o lugar. A impessoalidade é a mais presente mania nacional. O que é pessoal e intrasferível está na rede. Voz canção lancinante. Escrever mais que uma dor é uma coisa que puxa para desenhar um destino, um rumo. Impessoal. Compro, logo existo. Escrever é preciso. Viver é necessário... Continuar acreditando não é mesmo fácil. Sei que quem disse que era, mentiu. Por boas razões, mentiu. Mas tornou - se deveras lancinante,
O lugar onde o barco deve chegar está acima do bem e do mal. É o lugar do pressuposto. Um intervalo entre o sim e o não. O "é." e o "será!(?)". A dor da dúvida. A dúvida é o que mata. Vai destruindo sonhos, desmoronando castelos erguidos sem nenhum cuidado no primitivo século XVI. Não há canais, não há um pensamento que não seja feudal. Ah, que saudade de Athenas. Tebas. O que houve com o pensamento Clássico ? Por que queimar livros ? Para onde caminha a Humanidade ? Não há certo, que não esteja errado.
Tudo é rápido e sem asas. Como na canção de alguém rebatizado por si mesmo. É preciso reconstruir histórias próprias. Sua própria história. Não adianta tanto sol, na solidão. Um guia apenas, um rumo somente. Um caminho cheio de saídas não levar ao longe. Por isso, que quem não faz leva. Quem leva a sério vira idiota. É feito de bobo. Embora não se possa existir longe de si mesmo, um Encontro, que seja, é necessário. Importa. Faz a diferença na direção escolhida.
Remo, remo e morro longe. No mar ressucito todas as vezes que estou morta. Definindo o próprio tradutor do sentimento do mundo, nascido gaúcho de Alegrete (RS) : "Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz?" (Mário Quintana).
"a barreira do eu individual, na qual ele era um homem como os outros, ruiu" (Prost). "eu é um outro" (Rimbaud), ou "sou agora impessoal" (Mallarmé)
O Demônio da Teoria - Literatura e senso comum, Antoine Compagnon, pag. 36
Esse é o lugar. A impessoalidade é a mais presente mania nacional. O que é pessoal e intrasferível está na rede. Voz canção lancinante. Escrever mais que uma dor é uma coisa que puxa para desenhar um destino, um rumo. Impessoal. Compro, logo existo. Escrever é preciso. Viver é necessário... Continuar acreditando não é mesmo fácil. Sei que quem disse que era, mentiu. Por boas razões, mentiu. Mas tornou - se deveras lancinante,
O lugar onde o barco deve chegar está acima do bem e do mal. É o lugar do pressuposto. Um intervalo entre o sim e o não. O "é." e o "será!(?)". A dor da dúvida. A dúvida é o que mata. Vai destruindo sonhos, desmoronando castelos erguidos sem nenhum cuidado no primitivo século XVI. Não há canais, não há um pensamento que não seja feudal. Ah, que saudade de Athenas. Tebas. O que houve com o pensamento Clássico ? Por que queimar livros ? Para onde caminha a Humanidade ? Não há certo, que não esteja errado.
Tudo é rápido e sem asas. Como na canção de alguém rebatizado por si mesmo. É preciso reconstruir histórias próprias. Sua própria história. Não adianta tanto sol, na solidão. Um guia apenas, um rumo somente. Um caminho cheio de saídas não levar ao longe. Por isso, que quem não faz leva. Quem leva a sério vira idiota. É feito de bobo. Embora não se possa existir longe de si mesmo, um Encontro, que seja, é necessário. Importa. Faz a diferença na direção escolhida.
Remo, remo e morro longe. No mar ressucito todas as vezes que estou morta. Definindo o próprio tradutor do sentimento do mundo, nascido gaúcho de Alegrete (RS) : "Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz?" (Mário Quintana).
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