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Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Wednesday, June 28, 2006

O Imperador de Joelhos

Do fim para saber dos meios. A cena é de uma força colossal. Estampido de tiro no ouvido da arma apontada para as costas, você protegido pelos filhos. Cena do filme Crash. A bala, ainda bem, é de festim. Não é simples o que sinto. Se o duelo é no território de brutos, inteligência não vale. Apita de imediato o juiz da partida. A mistura do que somos será sempre melhor que a essência pura. Raça pura é raça que se experimenta e vai promovendo combinações inexatas. A superação do humano é simples. Só se quer amar e ser amado. Talvez, alguns sim, queiram mais: reinar!.

E o imperador proibido de cenas, por causa de um pequeno constrangimento que em geral nasce na culpa dos atos. Tua fama precede até a franqueza dos fatos. Pressuposto é sempre o caminho do inexato, mas são reflexos que falam. E tudo muda. Reflexos treinados ajudam...mas às vezes, atrapalham. Se a fama não for boa, atrapalham. Mas quem é rei não perde a majestade, e desistir é para os fracos. Mesmo quem parece não querer ser violento não controla a sua superioridade em campo. Chupeta aos que não mamam. E a deformação é clara. Vai saltando aos olhos como o gesto impiedoso de quem se perdoa e tem sempre razão. Primeiro ela, a razão. Seu maior álibe serão sempre os momentos em que impera a razão.

Mas deixemos a Imperatriz de lado, por um pouco. Aqui, a cena do Imperador é que impressiona. Impregnou na retina como Amor mal resolvido fica remoçando o coração. Não sai de lá e fica estampado como uma coisa só até o final dos tempos. Mesmo que mude. Que se transforme completamente. De joelhos. A Montanha jamais se curva. Nem mesmo diante do Imperador. E quem nasceu para fazer sua parte, contribuir, brilhar que nem estrela não perde essa luz própria, senão na morte. O Imperador acertar os ponteiros de um embate, um duelo de fortes, - com que joelho ? "esquerdo" - tinha que ser o esquerdo! e foi inacreditável.

Aliás, é de momentos de inteira tensão e verdade que alimentamos nossa memória e, por conseqüência, nosso imaginário e a construção da História. É também de uma inteira alegria ou tristeza que sentimos há anos, o que alimenta a memória e faz do princípio o verbo: "lembrar"... dos dias vividos em passado tão presente. Não é saudade, senhor! É lembrança. Saudade continua na gente. Dizia Pinto do Monteiro. Vontade de fazer em alguns instantes de glória, visível, notória, pública, solução para os problemas...o que não cabe em anos de desarrumação e luta corrupta. Tenta, falha, desiste, mela tudo, estraçalha. Conquista, joga cuspe em cima, desfaz. Refaz, reinventa.

Arrebenta cordas de coração e de chapéus de couro de quem parecia tão valente. Hoje, a gente mente que é feliz e pinta de verde amarelo a derrota de uma nação vermelho frustação. Lição número um : Não torça contra um "hermano"...se sobraram europeus... por que vibrar com a saída dos penúltimos sulamericanos ? Vencer é para os frios e não merece o Amor, quem morre de medo do ridículo. Entre a dose letal e o remédio, ficamos adoecidos. Paralizados, burocráticos, ridículos, insensíveis à própria dor, em Lá Maior.

1 comment:

Anonymous said...

Sim, provavelmente por isso e