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Wednesday, June 21, 2006

Força, certezas dão força!

Estou indo certo. Caminho eu erro, mas estou no rumo certo. O avião decola e é céu claro. Nuvens ? Só de algodão...Aliás, sonhos são todos feitos de nuvens. Brancas, cinzas, cor - de - chubo. (Cor de sangue é o barro). Para realizar sonhos é preciso cruzar nuvens fluidas de vapor em algodão. Difícil é alcançá - las. Lançar - se tão alto assim, é para os que voam. É para quem tem asas. Bater asas é um mistério que requer força e vazio nas "veias", nos canais abertos por dentro.

Minha cabeça não dói nunca mais. Eu vi mais de um milhão de cabeças cortadas. A minha também. Eu vi meu corpo tremer. De frio de fome de sede de sol de tanto Amor. Ela, minha cabeça, não dói nunca mais. Tudo é matéria que aceito sem dor. Sem náusea sequer. Não quero cansar você. Kerouac me cansou um pouco...O óbvio me cansa um pouco. Todo viajante é um solitário. Não sou só. Não estou à procura. Tenho medo. Descobri que tenho medo, quanto não estou certa. Não sinto nada se estou certa que sou. Perdôo quem sou numa fração de segundo e não temo turbulência nem pouso em pista molhada.

Estou certa e "reta como uma seta", eu vou. Na dúvida, tudo dói. Não tenho mais limites para abrir a cabeça. O corpo está fechado. Na Bahia, fecho todos os caminhos por onde entrei. Não volto mais. Sigo rente com fé na garganta e imagem de gente que é mais valente que eu. Na Argentina, casaco se chama "abrigo". Em mim, certeza é tudo que eu tenho. E memória...talvez por isso a cabeça não dói. Gavetinhas ordenadas de informações bem guardadas na memória. Isso pode mudar o mundo. "Me organizando, eu posso...". Posso Science, posso Gonzaga, posso Ambrósio, posso, posso ? Não pude. Ficou para depois estar a um só tempo em 196 países. Estou na rede e quem enxerga garante, não é de aço.

Vento do vale de seu Bernardino, café com muita borra para fazer fácil leitura de dona Luísa, risada de dona Joana e eu aprendendo a ser gente. Porque só escolho você, porque sei, não gosta de mim...assim é mais fácil. Se gostasse demais, me amasse, não queria. É amargo, eu sei, que nem folha de oliveiras. Mas não sei de encrencas, não sei. Sei de mim voando sem culpa. Medidas, malas, metros...sem culpa. Certeza que vai dando coragem de saber que eu sou.

Viajo, viajo. Eu sei. Extraio com sorriso palavras. Vontades. Formulo o meu e ensino o outro a formular também: desejos. Porque sei de mim quando nem mais desejo se tem. Limites...você me ajude, por favor, a entender. "Sem exageros", ouvi. Não sei. Certezas são pedras guiando o caminho de quem bate asas com os vazios por dentro desentupidinhos...trânsito. Transito com amor e destreza. Não esqueci da tristeza que trago comigo. Quem sou é meu casaco. É meu abrigo.

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