Enlouquecendo Jandira
Num dia estava tão pensativa e acertiva. Dizia frases perfeitas como num sopro de eternidade. Como Bertolucci, em Beleza Roubada. No outro, estava tão desastrada - inclusive com palavras. Sua fala inteira era triste. Como tivesse sacado o parágrafo de um poço sem fundo de mágoas.
Isso ia enlouquecendo o menino lobo homem, que de tão polido foi dado a ser educador. Ao lado dele, ela não sabia mais pensar. Era tão espontânea que não media mais nada. Nem o falar. Seus pensamentos saíam como bichos soltos numa selva.
A pergunta que me faço agora é: se não tinha controle do que lhe saía pela boca, imagine o balé de corpo e as transpirações de Jandira!
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