Ágapo pelo Traço Freudiano
A peça de Carlos Santos impressionou pela liberdade dirigida a preencher grande lacuna do entendimento humano. Ontem, durante a sua leitura dramática, numa das salas da Fundaj, no Derby, fomos transportados para uma Tebas que era ao mesmo tempo daquela e dessa época. Com a criação do personagem Ágapo facilitou entre nós - seres femininos e masculinos - a comunicação com sentimentos diante da figura ambígua que se interpela na relação conturbada do rei Laio e a rainha Jocasta. Já antes perturbada pela expulsão do primogênito Édipo. Quais os dilemas que afligem esses homens e mulheres que deparam-se com os filhos que desconheceram por toda uma vida e agora são capazes de cobrir o corpo com vestes de mulher em busca do olhar desse pai distante? Senti minha ansiedade diante do término com a fuga de Ágapo para os campos. Gostaria que a noite não terminasse e esse Ágapo ganhasse a voz que merece.
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