Lugar da delicadeza com o outro e com a própria Liberdade.

Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Monday, August 06, 2007

Os infantis de Clarice Lispector


“...é uma coisa escondida sozinha num canto, esperando, esperando. Clarice Lispector só toma café com leite. Clarice Lispector saiu correndo correndo no vento na chuva, molhou o vestido perdeu o chapéu. Clarice Lispector é engraçada! Ela parece uma árvore. Todas as vezes que ela atravessa a rua bate uma ventania, um automóvel vem, passa por cima dela e ela morre. Me escreva uma carta de 7 páginas, Clarice”. Fernando Sabino.


nota: o escritor já havia terminado sua longa carta, tendo, inclusive, assinado-a. Mas, parece que ao perceber que ainda resta meia folha disponível, lançou-se nesse improviso lírico, assinando-o ao final. Carta manuscrita, enviada de Nova York e datada de 10 de junho de 1946.


Arquivo Clarice Lispector da Fundação Casa de Rui Barbosa.

"Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Morou num navio. Atravessou o oceano, morou em Alagoas. Viveu no Recife, escreveu para o Diário de Pernambuco suas primeiras estórias. Mudou – se para o Rio. Morou no Rio de Janeiro, lá escreveu e publicou suas primeiras reportagens. Casou. Mudou – se para Belém do Pará. , tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América".

Museu da Língua Portuguesa
“Trinta anos d’A Hora da Estrela”
Jornal de Idéias

Clarice Lispector escreveu livros infantis. Tantos quantos os dedos da mão. Foi Paulo - filho dela - quem provocou Clarice com uma pergunta: por que você só escreve livros para adultos ? Nenhum deles é para crianças..."


Clarice "respondeu" dois anos depois. Com O Mistério do Coelho Pensante (Rocco,1967). E mais dois anos depois, com a frase numa carta: Rio,23/2/1969


"Você é o melhor livro que eu jamais escrevi, issso não tem dúvida".


Livros infantis de Clarice:

O Mistério do coelho pensante – Rocco, 1967
A Mulher que matou os peixes – Rocco, 1968
A Vida íntima de Laura – Rocco, 1974
Quase de verdade – 1978
Como nasceram as estrelas – doze lendas brasileiras – Rocco, 1987
(fonte: http://www.claricelispector.com.br/, onde ainda constam fotos e o trecho abaixo)

A importância da maternidade


“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”


Clarice Lispector



No comments: