Luz e Lamparina. Não sem poesia...
Há luz, há perdão. Há, ali longe, no alto, o Sol. Há, logo ali, ao lado, o caminho por onde seguir. Há o encontro de mi com si. Eu cri. Creio ainda. But, I’m not a beliver. Quem já não desmereceu, uma vez que seja, uma grande paixão? Quem, nem que seja por somente uma vez, descreu ou debochou desse sentimento? Deu as costas para o próprio prazer ? Para o tesão ? Quem não se controla e vai dormir somente envolvida em lençóis. Geralmente velhos, esquecidos. Abraçada pela camisola, que ainda desola a pele num roçar sintético. Mergulhando também na solidão o outro que gostaria de dormir sentindo o calor de braços deliciosamente perfumados e macios ?
Há mulheres assim. Sozinhas, que amam mesmo viagens, plantas e filmes. Mulheres “fotossintáticas” e “autovoltáicas”. Não se comprometem. Nem juram amor. Não mentem, também nada sentem, é verdade, mas, não iludem ninguém...Agem! Dão. Como deveriam, não dissimulam. Fazem do encontro apenas uma lembrança eterna. Uma memória que não se apaga, mas que vai sumindo até que um papel, um objeto qualquer, traz de volta.
Aliás, tenho várias delas (lembranças minúsculas). Partículas que não elimino e emitem luz. Feito Fótons. Então, assim é feita a luz ! Essas mulheres enchem o outro de uma clarividência e tornam habitável mesmo a caverna mais escura, mesmo a pobreza de espírito mais mesquinha. Essas mulheres, tão cheias de si, vivem cercadas dos que estão à procura. Buscam nelas se tornar um algo “novo”. Um novo lugar. Com luz. Alguma luz doada por elas. Em busca do dom que só elas têm. Depois que esses seres que procuravam por luz e nelas encontram, ficam cheios, e “novos” , descobrem que passaram a ter o que só nelas havia (e há. Sempre haverá).
Então, estão prontos para outras mulheres. Geralmente, as fotossintáticas, que como plantas não sobrevivem se não houver luz embora sejam incapazes de gerar. Mas ao contrário do que é verde colhem oxigênio e expulsam gás. Carbono. Imprimem tudo. São boas em marcar. Expedir recibo... Vazias de tudo, vazias de si mesmas, sintetizam uma humilhação qualquer e fixam – se. Vegetais ou homens em estado vegetativo e atingem suas raízes. Vão até elas. E eles, ao lado delas, ganham força, estrutura, raízes mesmo. Por que sim ? Por não! Porque páram um dia. Decidem: não haverá mais movimento, não haverá mais busca. Não de minha parte. Dizem sim. E sintetizam. Até que a visualização da morte, as separe. Então, partidas, sem partículas próprias, um pedaço do corpo seu que seja, partem.
E eles ? Eles sempre decidem, e porque decidem ora acompanham esse movimento assistindo ao fenômeno como quem observa contornos. Ali, nas mulheres de quem são donos, cortornos da obscuridade. Da luz contida. Mas...(e como há a luz, sempre há um "mas") continuam buscando a luz. Os fótons. As fotovoltaicas.
2 comments:
Essa minha amiga é mesmo poeta, aliás, psicóloga e observadora atenta do ser humano, com todos os seus feitos, defeitos e efeitos, loucuras e prazeres?Vamos aos poucos desvencilhar essas inquietações.O melhor é que através dessa página ela divide e se descobre junto com cada um que mergulha na sua leitura.Grande beijo da sua leitora assídua,
Karlla Barbosa
Karlla muito lindo seu comentário. Guardei pra sempre com carinho
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