Pego, por empréstimo,
palavras de Lorca,
traduzidas por Oscar Mendes,
por me faltarem faz tempo,
como água em regiões do Sertão.
Na minha filosofia, é de direito
até a palavra alheia
socorrer o cidadão e a cidadão
do padecimento tísico
da abstinência úmida:
O perfume ninguém compreendia
da escura magnólia de teu ventre.
Ninguém sabia que martirizavas
entre os dentes um colibri de amor.
Mil pequenos cavalos persas dormem
na praça com luar de tua fronte,
enquanto eu enlaçava quatro noites,
inimiga da neve, a tua cinta.
Entre gesso e jasmins, o teu olhar
era um pálido ramo de sementes.
Procurei para dar-te, no meu peito,
as letras de marfim que dizem sempre,
sempre, sempre; jardim em que agonizo,
teu corpo fugitivo para sempre,
teu sangue arterial em minha boca,
tua boca já sem luz para esta morte.
Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'
Tradução de Oscar Mendes
palavras de Lorca,
traduzidas por Oscar Mendes,
por me faltarem faz tempo,
como água em regiões do Sertão.
Na minha filosofia, é de direito
até a palavra alheia
socorrer o cidadão e a cidadão
do padecimento tísico
da abstinência úmida:
Gazel do Amor Imprevisto
O perfume ninguém compreendia
da escura magnólia de teu ventre.
Ninguém sabia que martirizavas
entre os dentes um colibri de amor.
Mil pequenos cavalos persas dormem
na praça com luar de tua fronte,
enquanto eu enlaçava quatro noites,
inimiga da neve, a tua cinta.
Entre gesso e jasmins, o teu olhar
era um pálido ramo de sementes.
Procurei para dar-te, no meu peito,
as letras de marfim que dizem sempre,
sempre, sempre; jardim em que agonizo,
teu corpo fugitivo para sempre,
teu sangue arterial em minha boca,
tua boca já sem luz para esta morte.
Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'
Tradução de Oscar Mendes
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