"Prefiro dizer que as paixões não são contentamentos ou desprazeres nem opiniões, mas tendências, ou antes, modificação da tendência que vêm da opinião ou do sentimento e que são acompanhadas de prazer ou desprazer".
Leibniz
Só pode haver mérito em se apaixonar. Mergulhar profundamente em cada aspecto da vida. Família, trabalhos, estudos, projetos e, não se engane, também no Amor. Há na palavra algo além do que comportaria em significado "Pathos" ou "Paschein". Mas do que passividade, pelo impulso determinante tão associado à figura do apaixonado e seu sentimento, a Paixão é justo o que faz mudar de lugar. É o que rompe com a tendência da condição e ações do eu.
E, sim, há diferentes formas de uma paixão se manifestar ou nos modificar. E se não houver mudança não há de ter sido algo que mereça a palavra, o nome, o seu real significado. Porque é muito simples para o passivo dizer que está apaixonado por alguém ou alguma coisa. A verdade brota é dos olhos dos outros. Do incômodo dos outros. Da negação/afirmação dos outros.
E seria preciso se conhecer muito para ententer o que ficou em você. Para entender as razões que levam ao inevitável movimento de estar apaixonado perdidamente, em conflito. A maioria de nós não se observa e deixa passar. Só identifica quando a patologia é sintoma das obscuridades em dilema eternamente irreconhecível por quem não se permite. Nada é mais forte que um ser envolvido em todas as suas dimensões. Corpo, aura, alma, espectros e ciclos concêntricos da vida.
É fácil diferenciar algo que não merece ser reconhecido como fruto de uma paixão. Porque é algo que não fará diferença se não fizer parte da sua vida. Porque "Paixão" (com minhas aspas), que muda, é eterna.
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