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Thursday, March 29, 2012

Cappuccino



"Andar com cineasta é assim. A viagem vira filme". A frase fosse dita por espectador já era completa. Vindo de um escritor ganhou dimensão. Deslocamento é sempre um suspiro do espírito. A visão da estrada, luz do sol na janela. Das sensações, de saída, é certo o bem estar além das próprias fronteiras. As palavras lançadas ao longo dos quilômetros ficam com um jeito de grão deitados em terra adubada. Solução para ver tudo de um jeito diferente é sair da rotina, abrir para o novo, experimentar trocar experiência com quem mora em outro lugar, tem um dia - a - dia diferente do seu, aprendeu coisas distintas de você, ganhar a extensão da railway.

Foi uma noite de frases de efeito, sacadas bem humoradas, mimos tirados da cachola. Enquanto uma falava, a outra já pensava na cena que acrescentaria à conversa. De temas em temas falamos sobre romper os silêncios, que mantém na impossibilidade do isolamento, nos rompimentos com as próprias limitações e que tudo está no pensamento. Fomos ali contar uma história de mulheres que se juntaram em torno de um projeto de Litertura e cinema e ganhamos tudo isso de volta. Um fórum promovido pelo Departamento de Letras da UPE, Nazaré da Mata, e a Coordenadoria de Cinema. Leia - se o professor e doutor em Literatura, amigo, Alexandre Furtado e Carla Francine, gestora pública do audiovisual. Das realizadoras convidadas, esta narradora, Tuca Siqueira e Luci Alcantântara. "Brenda também bem que podia estar lá".

Essas Filhas de Lilith. Cida Pedrosa foi lá recuperar o mito e veja só o mundo novo que é possível. Uma visão e opinião sobre as coisas como aconteceu na Literatura do século XIX. Mulheres escrevendo e publicando. Ao lado dos homens. E, neste século XX e XXI, realizando. Fazendo Cinema. Em Pernambuco, Nordeste brasileiro. O encontro foi em Nazaré da Mata e foi uma experiência boa. A exibição dos filmes, comentários sobre a produção. Detalhes e investigações sobre dos roteiros. A conversa fluindo. As perguntas surgindo. E os cappuccinos sobre a mesa.

Boa condução, platéia preparada, palestrantes numa disposição. Enfrentariam mais forte frio. Conhecimento vivido numa oralidade para além das quatro horas. O auditório, inicialmente cheio, depois das considerações finais, cedeu lugar para aquela conversa junto à porta, sinal de passagem. Cantinho escolhido pelo grupo dos mais interessados. Boa peleja aquela que seja para inaugurar novos caminhos. Arar a terra, aguar e fazer sementes plantadas brotarem. Além dos agradecimentos, ficaram umas vinte pessoas, ali envolvidas, instigadas e resistindo. No papo para o lugar de passagem, umas cinco. Já serão cinco! Motivação na digestão dos cappuccinos.

Àquela hora restava somente a satisfação do dever cumprido no caminho até em casa? Deu mais. Deu para ir sorrindo, porque andar com cineasta é assim. Cada viagem é uma história, um filme. E vice versa, visse? Natural pensar num roteiro e num conto na volta ao Recife? Ganhamos mais esse ponto, brilhando ali, ao lado do pôr do sol, numa das estradas da Mata Norte.

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