Meus queridos filhos,
Resolvi escrever essa carta porque percebo quanto ainda solenemente ignoram minhas palavras. Mesmo quando insisto por uma opinião mais firme ou dedicada lendo em antecedência estes textos aqui dispostos. Na melhor das hipóteses o que ouço é apenas um gutural "ahã"... Pois então, não importa o que estiver aqui publicado e mesmo que este também seja alvo de uma leitura tão carecida das impressões de vocês. Estou certa de que, somente muito depois virão atinar nisso. Se é que um dia há de acontecer tal casualidade...
Gostaria de transmitir esses pensamentos como as informações que repassei no DNA, tamanha a importância do que tenho para dizer agora. Mas sei que em convivência muito pouco de aprendizado mais profundo é capturado, por maior que seja o desejo de repassá-lo. Tudo ainda fica muito na superfície até a próxima geração. Mas aí vai: "Não dêem descanso para seus pés cansados. Nunca, jamais parem para um repouso debaixo de uma árvore frondosa. Nisso está todo o desperdício de tempo e juízo. Prejuízo. Mantenham-se no raciocínio do enorme prazer de superar limites. Como um atleta que consolida músculos lidando inclusive com a dor".
Não, não digo de brincadeira. Falo sério. Seríssimo! Este repouso por mais justo que lhes pareça e por mais carecidos que estejam, pode comprometer o bem estar de vocês. Não estejam em qualquer que seja a circunstância, desguarnecidos. O divino é testemunha desse receio que tanto ronda meus pensamentos. Sejam fortes e obstinados. Firmes, jamais cedam a uma conveniente e comovida entrega sob pretexto de ombro amigo. Afinal, quando o princípio é uma necessidade, fragilidade ou fraqueza, carência ou seja lá qual for o nome, não dêem ouvidos. Muito menos os braços.
Da mesma forma solene que conseguem ignorar meus apelos por alguma platéia. Enquanto isso, eu de minha parte, corresponderei com semelhante esforço e mudo-me.
Com ternura
Sua Mãe
No comments:
Post a Comment