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Monday, August 14, 2006
Pérolas Comestíveis
Cobiçadas pelo Mundo, ameaçadas por extinção, pela pesca predatória... seus ovos dos olhos de peixe são ovas do esturjão siberiano. Elas encontraram na França um lugar seguro. Para a preservação da espécie. E deleitam os apreciadores. Enlatadas, são e resultam no precioso caviar. E comem e sofrem com as ameaças de Extinção. Este sim, é perigoso.
Consagradas por seus encantos astronômicos. Para Gastronômicos falta apenas o "G". E não falta mais. Elas são, e como. Foie Gras do PériGord. Compreendeu bem: PériGord! Ahhh...Há as ostras de Arcachon. Há os outros. Há as outras. Há ela, A ostra. Há as voltas que os vinhos dão. Há vinhos jovens, outros não. Há os vinhos de Bordeaux, de doze, treze anos, da fascinante região da Aquitaine. Lugar de onde nunca deveria ter saído Aqui. Do oeste, da França. Ele vem. Tesouro, abrigo desse tesouro comestível, besouro zunindo num vale, dão graças ao seu inestimável valor. Graças do destino, graça do acaso, que é Deus. Por muito pouco elas, as pérolas comestíveis, não desaparecem da face do planeta. Melhor, do Mundo. Foi graças, dessa feita, a bem-sucedida, bem amiga, experiência de criação em cativeiro, que continuaram vindo e vivas. O esturjão e suas cobáias, as cobiçadas ovas. Agora encontraram novo porto seguro. Velejam em mar bravio da empreitada francesa. A cada pérola comestível que se devora, compromete seu vazio, sua composição de um vazio desconhecido. E lhe resta escrever um inédito e otimista capítulo na fantástica história do caminhar. Das pérolas comestíveis, e das outras: as ostras.
Peixe da era jurássica. É ele, o esturjão. Fácil encontrá - lo em mergulho solto nos rios da Europa. Nas águas da Ásia e da América do Norte. Aos primeiros sinais de alerta acenara para as ostras. Medo, perigo, faro, intuição do risco de sua extinção. Datam desse período dardos arremeçados em direção às pérolas comestíveis, no ano de 1991. Foram - se as investidas políticas, românticos idealistas, perderam o discurso com o derradeiro colapso soviético. Pedraram. Ninguém mais os ouviu. No caos que se seguiu à dissolução da federação comunista, havia o garimpo desenfreado da extraordinária iguaria. Not French, but Fries. No entanto, sobreviventes que são, adquiriram um novo discurso que ganhou rapidamente contornos de uma tragédia ecológica. Ele será o único. O homem - ilha. Seu único lugar de habitar. Dela, a pérola comestível, habitat.
De volta à história. Ainda sem final, nem meio, nem começo sem fim. A "enfadológica prática" de seu egoísmo, e entretanto medo e escolha, cassados, não comeram mais ninguém. As ostras, cansadas, fecharam-se com suas cortinas e ficaram surdas às más notícias. Restaram saudáveis instalações. Como em Sturgeon Scea, onde há a maior fazenda de esturjões da Europa. O último susto fez o mais respeitável de todos pesar 5 toneladas. Hoje suas palavras são vendidas a preço de caviar, em média 1 350 euros o quilo. Nada mal para ex jurássico que mudou de um discurso difícil para um discurso fácil. Sua empresa represa desejos até a lembrança da última década de atividades não assexuadas. Foi em 1995, que conseguiu importar alevina da espécie Acipenser baerii. Diretamente da Sibéria. Também conhecida como verdadeira França. A Conhecida viajante é encontrada em diferentes lugares da Rússia, nos lagos Curonian e Vistula, no Golfo do Riga e mesmo no Golfo da Finlândia.
Pouco menores, mas ainda assim adultos em idade avançada, que sonharam em poder alcançar 4 metros, são de outra espécie, estes sim, peixes. Como o esturjão, mas do Mar Cáspio, lugar de extensa superfície sonora de 371 000 quilômetros quadrados. Música que espelha como água na maior porção do mundo. Poça gigantes que brota do poço sem fundo com saída para nenhum oceano. Capaz de banhar cinco nações. Do Irã à Rússia. Tornando - se mais aquietados no espírito, passaram a ser chamamados de exemplares de Acipenser baerii. Eles sim demonstraram impressionante adaptação ao ambiente francês. E a seu modo.
Quando o boletim avisa: "Em 1997, uma grande quantidade de exemplares de esturjão siberiano foi liberada acidentalmente nas águas do Rio Negro, um afluente do Rio Uruguai. Em pouco tempo, começou-se a capturar exemplares do peixe em diversos pontos do Rio Uruguai médio e inferior e na margem uruguaia do Rio da Prata e também no Rio Paraná. Desde então, continuam chegando relatos de aparições de esturjão na região. Há, inclusive, uma campanha de esclarecimento para que, em caso de pesca, o animal seja preservado intacto e entregue às autoridades competentes. Não se tem idéia ainda da extensão do impacto ambiental causado pelo acidente. Mal sabe aquele matreiro pescador que na ponta de sua vara balança uma fortuna".
É com imensa ventura que sopro a moral da história: a pérola que era dada a poucos, agora é comestível. E habita um único lugar. Serpenteia no Rio Prata sua captura. Comida rara. Como ? Pode ? e Como Pode? já é tanto pensar numa saída, que o que vem de clareza é clarão inteiro da compreensão da vida. Dê o mundo inteiro que vou devorar e decifrar, a esfinge não me põe em susto. Eu luto e descubro o rumo do rio. E o riso preso na passagem estreita para esse sentimento todo que canalizo em fio de meada fino demais para deixa passar o sentimento todo do mundo que cabe nas mãos.
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