Lugar da delicadeza com o outro e com a própria Liberdade.

Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Sunday, August 13, 2006


"Da cama não via o jardim. Um pouco de bruma entrava pelas venezianas abertas, o que se denunciou ao homem pelo cheiro de algodão úmido e por uma certa ânsia física de felicidade que a cerração dá".

Clarice Lispector, A Maçã no Escuro, pág. 16.

Por outro lado: "Moro, num país tropical, abençoado por Deus... e bonito por natureza. Mas que beleza, é fevereiro". Faltando apenas dois meses para ser novamente "Abril...Solar". É quase tempo inteiro, completo, do fim. Sim. Porque é preciso dizer sim ao sim, e não ao não. Sendo assim, aí está o direito que reivindico. Do adeus. E eu tenho sim um nome, não é Gal. Pode ser o que me chamam. Etérea, sou eu. O nome que chamam em uso constante é Geo. Sou terra adubada e em mim tudo brota. Não vejo do contrário, mas pelo avesso. Porque chique é ser inteligente. E agora não estou mais com medo. Eu estou mais com Pedro, que com medo. Deus me livre de ter medo agora. E se bem junto da porta está São Pedro...bem no fundo do mundo, está o medo do fim de tudo. E se houve, de novo pode haver panis et circensis, no fim do mundo. E a minha vontade é de todo o mundo, do mundo inteiro, ao fim do mundo. E se eu me despeço agora, no fim de tudo, é porque não tenho medo do que eu sou agora.

De onde eu vim o tempo corre lento. Na verdade, é. E tudo carece de pressa, antecipa a poeira da estrada. Esta é a imagem que acalenta meu espírito: as retas incompletas que pontuam a estrada. Tudo é incompleto e interrumpto. E se houve "Novos Baianos", há novos manos. Há poeira cósmica em tudo o que penso. E se realiza é porque houve impulso e certeza. E não há sangue pulsando que encontre seu lugar em veias frágeis quando o endereço certo não é o plexo do peito de Pedro com medo. É perigoso saber de tudo e assim eu morro cedo. Não é Amor se não for confuso e incerto. Não é amizade se for difuso e certo. Não cego, nunca mais perco o meu ponto de vista: livre e novo. Arrebatado, solto no espaço, de ponto perdido no Cosmos. E neste jardim psicodélico, sou Ninfa. Tenho medo de Dragão, mas isso não é tudo. Há mais o que investigar entre o céu e a terra. Há mais mistérios e toda essa filosofia fã me cansa. Fadigo, e não digo o que penso para não partir e soltar partículas de mim.

Há luz. Eu vejo o fim do túnel, depois do fim do mundo. O reino de seres que essa Terra libertarão. O inventário é teu, o inventivo espírito céu é meu e teu. No ponto em que são, do alto do céu, no canto do chão. A música não espera. Encontra em becos escuros e frequência não autorizada o seu rumo, sua estrada. Como num sonho, a voz entra em casas, barracos, botecos, fiteiros, ruas, vielas estreitas e chega até o fim do mundo do coração dos que ouvem e preenchem o dia morto, o canto de chão. Sei não, mas ninguém pode freiar um carro em alta velocidade com um simples puxão. Sei não. Funciona mudar a marcha em alta velocidade? estoura a caixa, dos peitos, da marcha. Ré ? Não reconhece! Ele nem sabe que existe ao tocar o Blues. Disse e tomei nota: são três notas...

Se ouço ainda alguma cítara no ar, é puro reflexo, como era meu sorriso, no meu período tão sem nexo. E se sempre foram dois navegantes sóis ao pôr - do - sol, andando lado a lado, no mesmo barco e mesmo mar... Marco Polo nos guia pelo roteiro das cidades que descobres e contarás em detalhes pra mim. Deslizarei feito melodia. Suave sou, suave sempre serei. Eu não nasci para ser som, nasci ao morrer a luz do dia. E se também foi assim com você é pura circunstância do destino, estarmos aprendendo juntos a morrer um pouco mais a cada dia. Não é objeto vivo, não é desejo morto, não é segredo torto, não é suspeita feita, ou história que deleita corações vazios de paixão. É. Hoje serei toda ouvidos e canto de baleia, até me desfazer em espumas remetidas às areias vermelhas por um mar histérico por uma bola de fogo e um céu aberto.

Já fui jogada ao vento, já sou folha solta e outono de um amarelo triste. Perdi o verso num verão romântico e tudo o que sei é que ninguém se liga no mar. No seu reino, ninguém se liga no mar...quer loucura mais triste que viver sem a busca de ser feliz? Sem sequer pensar em ver o mar ? Abstrair do pequeno Universo o mar ?
Já no meu reino real, o mar brota de mim. O tanto de bruma que entra pelas brechas de espaços abertos, logo denunciam o jeito de ser feliz e ânsia física de felicidade, dia e noite, noite e dia. Em dia branco, em noite escura. Em todas as cores e mesmo na ausência de todas. Meu modo é da cor da felicidade. Estou de acordo, com o ser feliz. Pronto e ponto. No outro blog!

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