A menor concha do mundo
Não que procurasse por tal, mas à menina moça, naquela praia de água fina, ocorreu numa tarde encontrar uma conchinha minúscula. Se fosse para ser contada em dias, ela duraria paneas um instante. Feliz e raro.
De uma notoriedade que não ansiava, ela era! E fosse na escola ou no curso de francês ela era lembrada pelos colegas por sua solidariedade e até caçulice. Precoce, ela durava. Uma vez, um amigo mais próximo levou dez anos para livrar-se de imagem dela em seus sonhos...
Então, o que mais buscava a menina tão moça ainda? O que sei dizer de maneira simples e reta é que a menina fazia por onde realizar metas e planos. E, naturalmente, tinha seus sonhos!
Talvez, uma de suas características mais próprias fosse o êxito com pouco esforço aparente. Sem empenho árduo visível. Porque como capturava instantes em seu imediato momento ficava com aquilo e não abandonava mais. É o que se pode dizer, alguém preciso. Ela é matemática. Pura lógica. Sim, prática. E faz sempre sentido.
Ali, com ajuda diânica e materna, bem terna, foi ali, naquela tarde que parecia ser só de descanso, que à menina moça aconteceu enxergar em meio ao cascalho na areia, a menor concha do mundo. Com a imediata impressão de coisa rara passou a se ocupar de achar uma palavra que naquela minúscula criatura coubesse.
O que afinal descobriu e foi com o passar dos anos é que são duas ou três palavras que cabem naquele universo. Palavras que só se escreve em maiúscula.