Lugar da delicadeza com o outro e com a própria Liberdade.

Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Saturday, August 09, 2008

O Amor medido ofereceu-me tudo o que precisava. Dias marcados. Tempo para os filhos e para o trabalho. Tudo de bom e que necessito. A desmedida paixão não.

O outro lado disso é muito insólito. Alguém que chega dizendo, "não! isso não é tudo. Posso dar muito mais. Te dar o mundo...". A palavra não é "pretensão"?. Sim, fragmentada ou inteira.

Tudo tem vários lados. E a intuição às vezes grita no ouvido. É claro que toda hipérbole só merece a comprensão do que de fato é. Se há exagero, na certa há também interesse. Então, o jeito é oferecer uma medida mais exata. Farei treinamento intensivo.

Do que se trata esse reino excessivo das palavras??? Ré médios, mi menores??? Sempre afirmando ter como propósito "um mundo melhor", garantindo paz e harmonia. Não é isso que dá. É outra "impressão" a que oferece todo santo dia. Invariavelmente sempre já virou nunca, ou jamais - em tempo algum - E não se faz de boa lógica. Aliás, tá difícil se cumprir uma vez que seja por lógica. Razão é palavrão que não cabe.

Às vezes, compreendo, que a vontade está tão "adiada" que é preciso executá-la. Outra palavra que corta que nem faca. Tem mesmo dois sentidos. Dois lados. Oh difícil trajetória das almas perdidas, incompletas e intranqüilas. Não há nenhuma poesia nesse tom de tragédia. É horrível. Terrível. Escuro sem luz alguma, sombrio. Um confinamento voluntário motivado pelo preconceito, pela discriminação, muita impáfia e hipocrisia. Disfasia do medo de crescer. Afasia da força de compreender.


Então, tá. Tudo bem, com mais um pouquinho de paciência, vou dizer que mesmo quando nossa natureza é de quem "aceita o melhor", tem uma hora que chega. A alma chega junto, sabe? Mesmo que muito muito insatisfeita com o caminho que nossa persona escolheu. E aí, ahhh, aí basta. É hora de abrir os olhos e fechar o peito. Trancafiar o coração, seguir em frente e aceitar o bom, de territórios mais neutros, perceber que sopram outros ventos.

E não tem nada melhor que a inteligência comum. Nada de pirotecnias ou genialidades. Não. Começa-se abrindo mão das trocas, dos carinhos, do projeto feito, contado, refeito... da presença, do convívio, das qualidades e dos defeitos.

E isso não devia motivar maledicência. O que já é um segundo erro. Sejamos tolos, mas não tanto. Qual afinal o propósito? Se não é preciso que a vida preserve encantos? Que medo é esse de morrer! Será que não há uma missão, uma ordem para se trabalhar por ela? Coisas deixadas por fazer? Alguma pesquisa, sonho bom que ocupe a mente? um movimento que seja mantendo o corpo ativo, caminhando para frente? Um passo, outro passo, outro passo. Um dia, uma noite, outro dia...

Não há mais espaço para sentenças, injustiças, mentiras, vileza e vilipendiência. Nem concupiscência. E haja tolice em medir forças ou domínio junto às outras pessoas. O seu "poder".

De fato há um sem fim de caminhos para escolher. E há, sim, em meio a tantos, sempre um caminho mas sereno. Eu decido deixar ou não aparecer na minha vida. Feliz e tranqüila. Legitimamente caminho. Isso é bom. Bonito quando o Universo "conversa" com a gente! E aí já parece alguém bom de silêncios e de uma busca muito clara. Naturalmente, cheia de luz. Iluminada. Faz mais sentido. Melhor assim.

O tom é mais para cima. Por maior senso de responsabilidade, não dá para se "alimentar" da dor. Isso é para desumanos: quem gosta mesmo de fazer terror, horror. Aí tem é dó. E isso não é bom. Também não intento mais. É demais. Quero menos. Bem menos.

Preciso confessar que meu gênero é comédia, ficção, em alguma hipótese romance. Mesmo que ainda esteja apenas habituada a documentários. Drama só no cinema. Um filme simples e bom, pra si mesmo e para o outro, certamente ganha mais. Nisso não importa ou interessa o que estão vendo alguns críticos.

E muita atenção se estiver vendo justo o que queremos. As coisas são como são e não o que queremos torná-las. Contrariando as circunstâncias, graças à uma força muito divina, tudo vai se arrumando de maneira muito mais humana e positiva. Importam resultados, fotos, fatos, ambientes...E os destinos.

É muito pequeno pensar em exelentes estímulos. Sim? e daí... e o resto? Dá licença de dizer que o mundo tá aí...Dura segundos o lado fulgaz da vida. Passa rápido. Tudo isso dissolve, vira brisa.. Desejos nunca constróem, exceto redemoinhos, furacões, tragédias e misérias.

Sonhos e planos bem elaborados sim. É justo o direito de dedicarmo-nos ao que decidimos e levar a vida a sério, ainda que com o melhor dos humores. Um humor bom, que ofereça uma ação propositiva, que motiva o outro a ir também buscar de volta a sua própria vida depois de se emprestar tanto a uma amizade.

E isso é apenas o jeito, porque já se deu, agora é tarde. Essa é a melhor alternativa. "Quem empresta nem pra si mesmo presta" dizem os provérbios adiantados. Bom, lá vai de novo:

Agora é tarde. Não adianta chorar. Se não decidiu com muita clareza na hora. Mais tarde, vai se cobrar. É preciso pensar antes. Se não, algo vai dar errado. E melhor do que tanta confusão é a satisfação de alguma segurança, todo aprendizado e muita muita sabedoria.

Certeza de recomeçar e que logo todo tumulto passa. E que vai terminar bem. A noite e o dia. Fora isso, tudo mais é pura tolice. Insandice, babaquice, mesmice, leviandade e burrice. Para quê e por quê insistir na dor? Se já tendemos ao caos, dar sorte ao azar é suicídio. E tender ao melodrama, uma chatice. Um suplicio!

Não escolho "isto". Prefiro aquilo. O que está bem longe daqui. E não apenas pelo mérito criativo. É para manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo. Esse é o ponto "g". Da graça, da gentileza, dos gestos, do gosto pela vida. Fico feliz fabulando.

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