Tenho ouvido muito, ultimamente, as pessoas dizerem: "eu preciso de dinheiro!". Bom, quem não precisa num mundo capitalista? Todos nós precisamos de dinheiro. O segredo, talvez - desse assunto entendo eu pouco -, esteja no caminho encontrado para "atrair" dinheiro. E dedicar parte expressiva do seu tempo para isso. Depois, de preferência, fazê-lo circular...
Eu - de minha parte - vou contar o que se passa comigo. Na hora de dizer um desses "desabafos", do rosto molhado, da água salgada brotando não sei de onde, concentrei toda energia de vida numa frase diferente. A vontade era outra. Olhei bem pro alto, onde supomos estar o sr. Divino, com alguma força que o espaço amplo, verde e livre desse campus permitiu, gritei como que para fora e para dentro, de um jeito que só desse para ouvir lá de cima: "Eu preciso de um abraço".
Funciona quando se tem amigos. Ganhei logo dois abraços de duas grandes amigas. Mais um abraço, mesmo que à distância, de uma outra, amiga das antigas. Um abraço longo de uma tia. Outro, de outra. E fui indo de abraço em abraço, até de um "ex-companheiro" a palavra bem dita virou abraço simbólico, aquela "força" que a gente precisa. Ainda tive a chance de descobrir que os bracinhos em crescimento que tenho ao meu lado, na caminhada por essa estrada, além do afeto e do carinho, são capazes de instantes de extrema criatividade que são desses abraços que resgatam a gente, colocando no lugar certo.
E mais, ainda fui surpreendida porque o efeito desse grito seco reservou para mim dois braços fortes, prontos para um abraço de amor...
Claro que não consigo - ainda - pagar as contas. Ou tive a chance de pagar minhas dívidas. Quando o assunto é dinheiro há momentos em que parece impossível simplificar ou entrar num acordo, que dirá num entendimento de abraço... Os bancos precisam de dinheiro, os locatários precisam de dinheiro, os supermercados precisam de dinheiro, as construtoras precisam de dinheiro, os condomínios precisam de dinheiro. Só os trabalhadores não precisam o valor de seu trabalho. Por este motivo, têm cada vez menos chance do acesso ao "dinheiro de verdade". Dinheiro para um bom plano de saúde, uma moto, um carro. Um casa... livros, discos, uma ou outra viagem. Qualidade de vida, melhorias, bens materiais... que dirá um trabalhador autônomo, que é isento até mesmo do imposto de renda. Sim, porque não há sequer ganho de uma renda suficiente para isso! Paciência.
É uma equação impossível. Para mim, pelo menos, tem parecido. Se eu tivesse aprendido matemática ao invés da parte mais filosófica da vida... Dizem, que sempre é tempo de aprender algo novo. Concordo. E estou disposta a começar por uma estrada nova. Mas tem um "quesito" que - pressinto - jamais vou abrir mão: Esse primeiro passo pode vir logo depois de um abraço?
1 comment:
Eu acho que a carência, hoje em dia, atingiu um nível tão alto que até os abraços de desconhecidos passam a ter um sentido especial. Vide a Campanha do Abraço que ganhou o mundo. Eu sou super adepta de toda e qualquer coisa que faça bem e traga afeto. Mas vamos combinar, um abraço de um amigo, uma pessoa querida, estes sim tragem o conforto e o afago que nosso coração precisa e quer, principalmente nos momentos mais tensos.
Não paga as contas, claro, mas sossega a alma inquieta, traz segurança. É o colo, a voz que te diz: calma, estou aqui, vai ficar tudo bem.
Para você, o meu abraço. Virtual, mas apertado. E sincero. :)
Post a Comment