Pois eu encontrei uma esperança maior. Grande, uma espécime que atingiu o tamanho máximo de sua raça. Uma esperança "gigantesca" e bem instalada, de um jeito que se sentiu à vontade de deixar ali "restos", aquilo que não lhe cabia mais...
Uma Esperança com É. Assim, maiúsculo e acento nordestino. Uma Esperança amiga que me fez sair de onde eu estava para sentar ao lado dela, durante a viagem. Viagem em coletivo, que me permitiu aumentar o orgulho de levantar e colocar-me ao lado dela, em acento vazio que ninguém no rodante em movimento se atrevia a conviver ou se aproximar. Correr o risco? Pra quê? Se pergutavam essas pessoas, a quem eu respeito ao ponto de comover e lamentar por elas...
Mas seguimos, então, viagem juntas. Eu e a Esperança. Uma ao lado da outra, se entreolhando vez por vez, em curiosidade mútua. Ela se ajeitando de lá, eu ajeitada de cá. Mas ambas, bem instaladas em seus devidos lugares. E essa enorme ESPERANÇA - que já quero chamar em grito de grifo - fez exemplo de condição de inseto capaz de escalar aos poucos em suas perninhas de graveto verdes, bem devagarinho e persistente, as paredes do transporte coletivo. Até chegar no topo. No alto do portal de passagem para o lugar novo, o lugar de chegada. Para onde eu agora me guio nessa força da condição de humano, frágil e resistente a desertos e tempestades. Alegrias e tristezas, aventuras e desventuras - no meu caso já em série - mas um humano que se mantém vivo! E de olhos abertos...
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