"Quando eu tenho uma sensação nova ela me estranha e eu a estranho. Também não suporto a felicidade aguda e solitária de me sentir feliz. Falta - me serenidade para receber as boas novas. Quando fico feliz, me torno nervosa e agitada. A luz faísca brilhante demais para os meus pobres olhos".
(Clarice Lispector. Na personagem Ângela Pralini em Um sopro de vida - pulsações - páginas 78 e 79 - Rocco).
Na "Carta sobre a Felicidade" está tradução do que Epicuro sugere a Meneceu: 'que o prazer, como bem principal e inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo e indiscriminadamente, já que às vezes pode resultar em dor. Do mesmo modo, uma dor nem sempre deve ser evitada, já que pode resultar em prazer. De qualquer maneira, recomenda - se uma conduta comedida em relação aos prazeres valendo, para este caso, aquele mesmo princípio da qualidade em detrimento da quantidade. Finalmente, o homem (ou mulher!) sábio, para Epicuro, jamis deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, parecendo despontar aqui aquela sua crença na vontade e na liberdade do humano.' Assim compreendia também Clarice, por palavras de Ângela, a felicidade...