Lugar da delicadeza com o outro e com a própria Liberdade.

Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Thursday, June 11, 2009

No cantinho ao lado do quarto encostei com vista para a janela meu sofá, que agora é branco. Branco como os outros móveis: da tevê, das roupas, do escritório, a palhinha das cadeiras (a mesa é de vidro)... e lá está em branco: a adega de vinhos. Brancos são o quadro de Rosinha, da série "as cidades" e daquela famosa fotografia de David Allen, uma homenagem às operárias queimadas. Chama-se Women on the Rise. Também a estante de livros, a torre de cds e as prateleiras, inclusive uma maior que ampara a outra janela onde estão porta retratos e o calendário, o de folhinhas prateadas...

Alguns detalhes são coloridos. Com uma rara predominância em celebração de azul. Uma ararinha de madeira, um oratório com Nossa Senhora da Conceição, minha Nossa Senhora azul, num chão de miçangas como o mar, azul! e a foto de uma grande diva... Em preto e branco são as xilografias que ganhei de Jota Borges, Antônio Filho e Dani Acioli.

Hoje falta um jardim, de inverno claro. Porque jardinzinho zen já faz tempo que eu tenho. Esse outro vai ter vasos branquinhos de cerâmica perfeita. E um aparador verde com jarrinhos verdes com salsa, coentro, cebolinha, hortelã, manjericão e outras folhinhas.

Mas voltando ao prateado, ele está na cozinha e deve ficar. Penso até em substituir o fogão por um top clean chef, porque cozinho pouco. Raramente ouso uma boa massa. É que depois da sanduicheira e forninho tudo ficou tão mais fácil!

A geladeira é uma relíquia: uma brastemp série prata, antiga como eu ... com um congelador enorme, ela toda tem quase dois metros de altura! E um pinguim lá no alto. Ah, ela é também uma espécie de vitrine para duas tops prateadas como os amuletos presente do Mestre Galdino.


Fácil compreendê-los. Muito mais que as manequins de meio corpo. (Escapou um sorriso), com toda graça são lembranças de um tempo de saraus com música e moda. Como a carranca e os quadros em preto, vermelho e amarelo. Lembram postais antigos. Na verdade são gravuras da Collezione Bellé Epóque, com senhorinhas num Caffé Espresso Servizio Istantaneo e una Distillerie Italiane Sezione Apparechi Milano Via Torino e Apparecchi a Gas D'Alcool, que avisa: Economia sul petrolio. É preciso dizer que chegando em casa numa quinta feira típica desta cidade que só sabe chover, ainda me chama a atenção a gravura com uma inesquecível bailarina. Garota propaganda mais antiga de uma cervejaria. Vez por outra vejo que ela dança sobre a torneira da pia de um fortíssimo jato d'água...


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