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Onde se está de acordo com o único modo do humano de ser feliz

Friday, June 12, 2009

Recorro a Spinoza, tão holandês quanto meu bisavô, para compreender o que vem me escapando à realidade e à lembrança dela, ou seja (nada de cerveja), à minha história e memória.

Para ele, "a realidade é uma coisa muito mais vasta do que as categorias humanas de entendimento podem conhecer. Isso porque existe a essência. O povo que percebemos confunde o real com a razão, e o filósofo, numa postura investigativa, não pode se deixar enganar. O ente da razão não existe fora da mente".

Não. É na mente que construímos conceitos, impressões e memória. Ou apenas vagas lembranças... É nisto que estou pega desde bem cedo num bonito dia de Santo Antônio.

A história de um homem ou uma mulher só pode ser bem contada quando ele morre? E se nem para isso sua morte servir? Desculpem, vou tentar ser mais otimista. Mas, e se as impressões a meu respeito não forem justas, precisas...? Nossa, me enchi de perguntas a tarde toda!

Repassei com empenho cada centímetro da minha história recente e nem tão recente assim... E vou dizer que guardo algumas reações louváveis à minha presença. Confissões do espírito, impressões alegres da alma e até epifanias "minha poeta!". Pasmem. Mas algumas, confesso, me escapam na compreensão e fico supensa... De espanto! Com que espanto me vejo diante da vida. A minha vida, a minha rotina, a minha história.

Falava a mim mesma sobre o assunto no início da manhã. Qual foi a direção que escolhi e por que algumas vezes abri mão de decidir e fui me deixando levar...? Para onde estou indo, se é que ainda estou? Nossa, e nem foi Gil que fundiu minha cuca.

Nem toda surpresa desses dias é simples como um buquê de flores. Tem encanto. Todo encanto, mas a gente se assusta também, embora nessa vida haja tanta sorte. A minha certeza de sentimento é de que gostaria de ter capturado algumas que fiquei só assistindo. Vendo passar... E tudo é tão diferente quando é o tempo que passa. Tão curioso... Fiquei mesmo, curiosa. E buscadora. Investigadora da minha própria história. Espantoso! E feliz. Não posso deixar de dizer que me deixou com um sorriso de cantinhos de boca. E olhinhos espremidos ;)



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